terça-feira, 16 de setembro de 2008

COSTUMES HINDÚS (ALIMENTAÇÃO)

COSTUMES HINDUS-ALIMENTAÇÃO

“Tradicionalmente, os indianos costumam comer usando a mão direita literalmente, isto é sem nenhum talher;
Hindus não comem carne bovina e muçulmanos não comem porco;
Deve se comer usando somente a mão direita, visto que a mão esquerda é usada para propósitos higiênicos e portanto considerada impura. Porém, é aceitável passar pratos ou vasilhas com a mão esquerda;
Tocar a comida em um prato comum, ou seja que vai ser divido para todos, pode causar que os outros evitem comê-lo;
Lavar as mãos antes e depois das refeições é muito importante. Em algumas casas hindus, eles esperam que você lave sua boca também;
Para alguns hindus, é um insulto um visitante agradecer pela comida após ter terminado de comer, visto que eles dizem que dizer obrigado é considerado uma forma de pagamento.
Se você está bebendo água ou outra bebida num copo ou outro container que será usado por outros, nunca toque o copo ou container com seus lábios. Segure o copo um pouco acima da boca e então entorne aos poucos dentro da boca sem tocar o copo com a boca;
É muito comum entre os hindus utilizarem muitos cerimoniais em sua vida diária. Por exemplo, os brâmanes (casta alta) não comem nenhum tipo de carne, e derivados como ovos e outros.
Quando comem por engano ou fazem outras coisas que segundo eles os torna impuros, eles costumam fazer um ritual de purificação que, algumas vezes, consiste em beber urina de vaca (que eles dizem que é sagrada). Alguns rituais de purificação incluem cinco produtos da vaca, considerados sagrados para os hindus: leite, coalhada, gordura, urina e fezes.
Um antigo costume hindu, já fora de uso, dizia que para uma mulher devota, seu marido era literalmente um deus. Para agradar seu marido a esposa deveria de boa vontade fazer qualquer coisa. A principal razão para ela viver era servir seu marido e obedecer a risca todos os seus desejos. Uma esposa era para comer somente após seu marido ter terminado e comer então no prato sujo de seu marido.”
FONTE:WWW.MEVAM.ORG.BR

MENSAGENS INSPIRADAS


ELA SIMPLESMENTE AMOU

Regou-lhe os pés com lágrimas, enxugou-lhe com os cabelos, beijou-lhe os pés, ungiu-lhe com ungüento precioso, mas era uma pecadora; sem moral, indigna, adúltera, repugnante, desprezível, que se entregava às orgias do sexo na devassidão dos seus clientes.Ela era esta “pecadora,” e Jesus nem discernia que esta mulher que os acusadores escancaravam para ela a carteira no escondido do seu quarto de adultério, comprando dela o prazer sexual, era indigna. Portanto, se Ele não podia perceber quem era ela, certamente não era profeta. E se discernia, não deveria aceitar dela aquele culto.Jesus simplesmente olha para Simão, que traduzia o coração de muitos, e lhe intercepta os pensamentos maliciosos: “Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os cabelos. Não me destes ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungistes a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento... Sabe Simão, o que impressiona o Meu coração é o amor”.Quem ama, demonstra sem esperar receber nada, com ações nem sempre necessárias, mas transbordantes de carinho, de apreço, simplesmente porque reconhece o valor do amado. E estes gestos estão muito acima do urgente e indispensável em muitos procedimentos. Jesus confrontou a Simão, e com a própria resposta dele, sentenciou: “Julgastes bem Simão, e Eu te afirmo que ela receberá maior perdão”.O arrependimento daquela mulher dispensou palavras, manifestou-se em humilhação, em consciência silenciosa de pecado, porém pública; em confissão ardente, em gratidão antecipada, em louvor, em reconhecimento de que Ele era O Cristo, o salvador.Não vamos, no entanto, atirar nossas pedras em Simão. Deixemos que elas caiam por terra junto com nossas traves e nos ponhamos ao lado da pecadora e imitemos seu exemplo de fé e coragem em um culto singular, olhando para dentro de nós mesmos e em seguida voltando os olhos para o Mestre; renunciemos nossas justiças próprias, derramemos abundantes lágrimas de arrependimento sobre os pés de Jesus, ofereçamos o nosso amor e gratidão a Ele e busquemos o óleo da alegria que emana dEle. Assim, brilhará a nossa luz diante dos homens e eles verão as nossas boas obras e glorificarão ao nosso Pai que está nos céus.

domingo, 6 de abril de 2008

IBG & DESAFIO JOVEM DE SANTOS













































AGRADECEMOS À DEUS PELO MARAVILHOSO TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO AOS PERDIDOS, ESSE TRABALHO FANTÁSTICO É FEITO SEMANALMENTE NO DESAFIO JOVEM DE SANTOS, ONDE SE ENCONTRA MUITOS JOVENS EM RECUPERAÇÃO (drogas).









OBRIGADO Ó DEUS, PELOS POUCOS IRMÃOS QUE SENTEM AMOR PELOS PERDIDOS, CONTRIBUINDO PARA ESSA MISSÃO COM: PRESENÇA, FINANCEIRO E AS TARDES DE DOMINGOS! AMÉM!









segunda-feira, 3 de março de 2008

UM PEQUENO RELATO DA VIDA DO PASTOR SISTEVAL GOMES DE ARAUJO


UM PEQUENO HISTÓRICO DA VIDA - PASTOR SISTEVAL GOMES DE ARAUJO
Sisteval Gomes de Araújo
Nasci no dia 29 de Maio de 1.935, na chamada Vila Japumerim, no estado da Bahia. Meus pais biológicos, Daniel e Carmelita.
Nessa vila, residiam o Sr. José de Araújo, e Dona. Rosa; que foram os meus padrinhos de batismo; segundo a tradição católica. Depois de algum tempo foram transferidos para outro distrito conhecido por Cajazeiras, a razão porque ele era fiscal do município de Boa Nova, ficando bem distante dos meus pais. Na época, compadre, comadre, era gente de muita estimação e de confiança, e por isso quando eles foram de mudança, meus pais permitiram que eles me levassem para ficar uns dias, e não mais me levaram de volta, e nem fui procurado pelos meus pais. Passaram se os anos e para minha surpresa, agora com quatro para cinco anos, eles fizeram uma reunião comigo e fez a declaração que não era eles os meus pais e que minha mãe havia falecido. Isso não me trouxe tristeza alguma, primeiro, pela minha idade, fui ensinado a chamá-los de: pai e mãe. Como eles não tinham filhos, fui adotado por eles; essa é a razão do meu sobre nome Araújo. Não tive o que se chama de infância, em lugar de de carinho era somente castigo e muitas vezes sem motivo; como criança não tinha meus direitos ou liberdade para brincar com os meus amiguinhos. Tinha eu que fazer alguma coisa, quando não tinha algo a fazer, misturavam o café com milho, ou arroz com feijão para eu separar um do outro e se eu chorasse, apanhava. Estudar, jamais. Lembro-me que ouvia as crianças fazendo leitura do ABC em altas vozes no colégio e eu achava bonito e acabava gravando o que eles liam. Lembro-me também de um garoto por nome de Alírio que, através da cerca que separava as nossas casas trocávamos ideias e ele me mostrava o abc e lia para eu ouvir e aprender um pouco mais sobre aquilo que muito me fascinava e foi assim, que escondido, conheci e aprendi as primeiras letras do alfabeto. Muitas vezes indagava-me a mim mesmo na minha inocência...Por que apanhar tanto? Por que tanto me castigam? Queria apenas entender, pois, eles não eram eles os meus pais. Uma surpresa! Disseram a mim: _Seu pai morreu e agora você não vai voltar mais e aos meus 10 anos pensei: O que fazer? Meu ódio foi tamanho que decido a tirar a minha própria vida e dizia...vou me matar e no auge da minha loucura peguei uma faca e me ferindo, mas pela bondade de Cristo logo fui socorrido por uma pessoa vizinha. Passando esse episódio triste na minha vida e eu agora com meus doze anos, tomei a decisão de ir embora e fui para Itapitanga, depois fui para Coaraci. Nesta estadia minha pela cidade de Coaraci instalou-se o Circo e Teatro Sul América, e com a turma do circo fiz uma amizade, e por intermédio do irmão do proprietário do circo, quando o circo partiu da para outra cidade fui junto com eles que agora eram meus novos amigos e me empregaram me encaixando no quadro de funcionários. Nesse período de circo aprendi a fazer: Trapézio Simples, Tôni de Picadeiro, Palhaço de pernas de pau, aprendi também a montar o palco para apresentação das peças dramáticas. Tornei-me contra-regra e maquinista de palco. No circo conheci o Sr. Alberto, ótimo artista de palco no qual tinha um carinho todo especial por mim e através desse carinho e atenção ele  

me ensinou pintar as tabuletas de rua, que anunciavam os espetáculos, ensinou-me a ler e a escrever e eu sempre procurava pessoas que pudessem me ensinar alguma coisa. Havia dentro de mim um imenso vazio, uma revolta, e aos 13 anos conheci a pinga e o cigarro e o vicio passou a fazer parte do meu dia a dia onde queria encontrar neles a resposta para um vazio, uma tristeza tão grande. Inúmeras vezes imaginei: Quem cuidará de mim, se caso eu adoecer e mediante à essas indagações conflitantes a saída que me fazia esquecer fazia com que eu bebesse mais e mais. Muitas vezes após terminar os espetáculos do circo, eu ia beber e frequentava cabarés, em algumas ocasiões fui trazido para a companhia

totalmente embriagado. Vivendo assim, pensava: pra que viver? Mais duas tentativas de homicídios. Das pernas de pau, na rua me atirei a
propósito ao chão para morrer, mas escapei.
Certa ocasião, soltei as
mãos do trapézio, fui ao chão, passei mais de vinte quatro horas inconsciente e assim outra vez escapei da morte. Cheguei aos 15 anos de idade, abandonei o circo, não aceitei apelos e fui embora sem destino. Bebia e bebia; a cachaça tornou-se fraca e foi aí que passei a consumir álcool com água e fumava pontas de cigarros encontrados na rua. Voltei a Cajazeiras, pedi ao dono de uma fábrica de selas e sapatos pra me ensinar, não ganhava nada. A noite pegava alguns peixes, em troca, ele me dava um prato com feijão, janta, café da manhã, nem pensar. Mesmo dominado pelo álcool aprendi fazer alguma coisa, em arreata de sela. E, então fui para Acaraci, porém, estava dominado pela cachaça; tentei trabalhar em uma selaria, mais era difícil, porque eu bebia muito, passei a beber água misturada com álcool. E para piorar meu corpo foi coberto de feridas, que até para estar assentado era difícil. Entrei em desespero, eu só tinha pele e osso...me perguntava: Para que viver? Estou chegando aos 17 anos sem esperança alguma, ninguém vai me querer, o corpo cheio de feridas, só tenho o resto da roupa, nenhum lugar pra ser acolhido, fome, fome, e as vezes alguém me dava um prato com feijão com farinha. Outra vez... a pergunta: Por quê meus pais fizeram isso comigo? Não conheço ninguém da minha família, tenho que dormir no lixo...Oh meu Deus! por que? Vou me matar! Cheguei assim aos 17 anos. Janeiro de 1.952 tomei a decisão; hoje sim, eu me mato...não aguento mais. Hoje posso dizer como Deus é maravilhoso! Quando me preparei para tirar a minha própria vida, mais uma vez, ao passar em frente há uma oficina de fabricação de selas e calçados, um senhor me parou, e convidou-me com insistência à trabalhar com ele. Relutei e muito, para não aceitar o convite, e revelei pra ele qual era o meu plano. Sua resposta foi: Você não vai fazer isto, eu vou cuidar de você, você vai dormir na oficina, vai ter comida, vai ganhar uns trocados. Seu nome, José Olegário Vieira, pai de 12 filhos. Fui bem tratado pela família e sua esposa dizia que eu era o caçula da família. Era uma família cristã, e pelas manhãs era celebrado o culto devocional onde eu também participava. E isto foi uma benção na minha vida porque logo parei de beber e fumar. Recebi todo carinho da família. Foi em uma noite não me lembro até hoje, como aquela música caiu dentro de mim, fiz um sussurro para um dos filhos da família, ele me disse já sei. Foi em casa, trouxe o cantor cristão e cantou pra eu ouvir o hino 217 do CC, para mim foi a música mais linda que já ouvi, pois ela invadiu o meu coração. Não entendi, eu nem sabia o queria dizer crente, se nunca tinha entrado numa igreja evangélica, como veio àquela música? Aliúdes, uma das filhas do casal convidou-me pra eu ir a igreja. Como ir a igreja, se eu não tenho roupa, nem sapato. Ela fez um silencio, e quando voltou, trouxe-me uma calça e uma camisa, tiradas da loja do seu tio, o pai dela me deu um sapato novo, que eu mesmo fiz. Chegou o momento de ser levado à igreja e perguntei antes se podia cantar aquele lindo hino “217 do CC” “Esculta a voz do bom Jesus, segue-me vem segue-me”. Sim! cantaremos. Janeiro de 1.952 Igreja Batista de Acaraci, estado da Bahia, entrei na casa de Deus pela primeira vez e sai convertido, crendo que os meus pecados foram perdoados. Em pouco dias todas as feridas se secaram, a minha pele ficou toda pintada de manchas pretas como surubim, daí porque fui apelidado por ferrugem, mas a minha alma estava limpa pelo sangue de Cristo. Fevereiro de 1.952 fui trabalhar na cidade de Japumerim e quando lá cheguei, procurei a igreja batista, porém não me lembro qual foi a data exata, mas procurei o pastor Silone Amorim; como tinha várias pessoas para serem batizadas, fiz também a minha profissão de fé e assim no mês de março de 1952 desci as águas batismal no rio das Contas. Meses depois, fui trabalhar em Banco Central. Lá não havia nenhuma congregação evangélica, para mim era um deserto. Só participava de alguma reunião de crentes quando vinham de Uruçuca a cultuar ao ar livre.

Nessa ocasião eu cuidava de um studio de alto-falantes onde eu ajudava a levar a aparelhagem para eles pregarem o evangelho. 1.954 fui para Ilhéus, chegando lá, fui congregar na Igreja Batista do Malhado, igreja essa apascentada pelo pastor Brígido Borges Portela. Mais tarde a igreja pediu minha carta de transferência da Igreja Batista de Jitaúna e assim me tornei membro. Trabalhava em Ilhéus como propagandista de rua em carro de som, lojas: Casas Pernambucanas, Dragão dos Tecidos, Café Polar sabor e Triunfo, Creme de Arroz Colombo; e atuava na Voz Comercial de Ilhéus, uma rede de alto-falantes no bairro do malhado; montei a Voz da Ponta da Pedra, neste período fui a Ipiaú a pedido do proprietário do Café Polar fazer uma cobrança. Chegando lá, como Japumerim está ao lado de Ipiaú procurei me informar se alguém conhecia a família da dona Carmelita (minha mãe biológica) e logo fiquei informado de que eu tinha familiares em Jequié e lá morava a minha irmã, fui a sua procura mas não a encontrei porque ela estava com trinta dias de falecida, mas mesmo assim abriu-se um novo horizonte, conheci vários parentes como: tios e em Itabuna com endereço que me deram

conheci uma tia, irmã de minha mãe que por intermédio dela conheci muitos outros parentes até chegar aos meus dois últimos irmãos, que ainda vivem e que os conheci depois de anos, quando pastor da Igreja em Vicente de Carvalho. Voltando a 1.957 fui levado pela diretoria da Rádio Cultura de Ilhéus à fazer um teste de locutor comercial, declarei a eles que não sabia ler e, como seria locutor de uma emissora de radio sem saber ler direito? Disseram-me! Você tem tudo para desenvolver, sabe improvisar. Fiz o teste, fui aprovado e no dia seguinte estava eu fazendo o programa “As Suas Ordens” programa esse que ia

ao ar das 13hs às 15hs30. Ainda tenho o jornal que publicou o meu contrato na rádio Cultura de Ilhéus de 1.958. 1.959 me transferi para Itabuna e lá fui atuar na Rádio Clube, tornei-me membro da 1ª Igreja Batista, pastor Deraldo Nunes. Ainda em Itabuna conheci um primo que residia no Rio de Janeiro, e no mês de setembro de 1.960 fui morar no Rio de Janeiro. Lá, tornei-me membro da Igreja Batista Monte Carmelo, recém organizada. Solteiro, conheci aquela que veio ser a minha amada. Eu da Bahia e ela de Recife – PE. Contrário a vontade de seu pai nos casamos assim mesmo. O descontentamento dele era por sermos crentes. Para ele isso era humilhante. Graças a Deus ele e minha sogra morreram convertidos,

e outros da família também se converteram a Cristo Jesus. O meu casamento foi exatamente no de julho de 1.963. Da nossa união nasceram seis filhos e todos estão vivos. Sou grato a Deus porque ele durante tantos anos ele tem nos sustentado nos seus

santos caminhos.
Tenho um filho que é pastor da PIB de Cachoeirinha em Porto Alegre RS, outro seminarista e os demais empenham-se na obra de Deus com prazer. Todos membros da igreja. Vieram depois os netos. Já tenho um neto membro da igreja, outro se preparando para batismo, os genros e noras são membros da igreja e só tenho a agradecer a Deus e apesar da vida tão sofrida ele me deu essa riqueza nas mãos. Obrigado Oh Pai!


Pastor SISTEVAL GOMES DE ARAúJO, COM A IDADE DE 76 ANOS, CASADA COM A IR. RITA. CHEGOU AO GUARUJÁ EM 1971 PARA ESTA GLORIOSA MISSÃO; PASTOREAR A IGREJA BATISTA GETSÊMANI. ATÉ HOJE CONVIVE COM ESSA MARAVILHOSA FAMÍLIA, DEDICADO, ASSÍDUO E INCANSÁVEL NA OBRA DE DEUS. ORFÃO DE PAI E MÃE ONDE VIVEU AS MISÉRIAS DESTE MUNDO, DEUS O RESGATOU E NESTE ANO FEZ 52 ANOS DE EVANGELHO ONDE DEUS TEM SEMPRE DERRAMADO DAS SUAS BENÇÃOS SOBRE ELE.

por Crisóstenes G Araújo
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SECRETÁRIO DA IGREJA BATISTA GETSÊMANI 2015/2016




CRISÓSTENES GOMES DE ARAÚJO

2º PRESIDENTE DA IBG




ir. ALICE SABINO DA SILVA

PRESIDENTE DA M.C.A (MULHERES CRISTÃ EM AÇÃO)



ALICE SABINO DA SILVA
(PRESIDENTE DA MCA)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Pr. Sisteval e o Apoio a SMM

O Pastor Sisteval tem apoiado a Organização SMM, tem vestido a camisa, divulgado e trabalhado juntamente conosco. Somos gratos ao Pastor Sisteval pelo apoio a Sociedade Masculina Missionária

CORPO DIACONAL

Este é o corpo diaconal de nossa igreja. Homens de fé e que são realmente colunas na casa de Deus, tem eles honrado o ministério do nosso Pastor Sisteval. Durante todos esses anos o Pr. Sisteval tem agradecido a Deus pela escolha divinal, com a visão de Deus esses irmãos que são bençãos para ele. Da esquerda pra direita:::::: Crisóstenes - Issacar - Daniel - Eliel - Valdemar Caetano - Pr. Sisteval e Gildo e ainda temos o nosso irmão Antonio José que é o 2º diácono mais antigo de nossa igreja. Obs: Queremos deixar claro à você que o Issacar citado, ele não faz parte do corpo diaconal, mais é o nosso seminarista, cursando o 3º ano no Seminário Teológico Batista do Litoral Paulista.
Antonio José dos Santos, é o 2º Diacono mais antigo da Igreja Batista Getsêmani. Sempre companheiro, deu muito de si aqui na igreja e na obra de Deus. Deixou muito do seu suor na construção do templo desta igreja. Sempre foi um varão destemido na causa de Deus.

PROGRAMA DE RÁDIO

Vai ao ar pela Rádio HOLOCAUSTO 88.5 FM o Programa CANTAI AO SENHOR. Você poderá participar pelo telefone 30253544. Este é o Robson Araújo apresentador ativo e eloquente. Vale apena participar deste maravilhoso programa. São tocadas lindas canções antigas e atuais que atende a todas as idades. Parabéns, Robson por fazer esse programa com carinho! Um abraço! por Crisóstenes G Araújo

PR. SISTEVAL - ISSACAR E ROBSON ARAÚJO

SHEYLA CRUZ - CRISTIANE - ROBSON ARAÚJO E JÚNIOR CÉSAR

VALDEMAR CAETANO DA SILVA


Pois é...Valdemar Caetano também já foi bem jovem! Essa foto foi tirada aproximadamente no ano de 1973. À esquerda o Pr. Sisteval - no centro ao fundo o Diácono Valdemar e à esquerda o querido Pr. Sebastião Batista Freuxes. Ótimas lembranças, estas e outras imagens e fotos enriquecem os nossos arquivos! Valdemar C da Silva se converteu em 1956 e só se batizou em 1.960 pela igreja batista 1ª em Itapema. Foi chamado ao ministério diaconal em 1973 quando já tinha se filiado a Igreja Batista Getsêmani, no qual está até hoje.


NO DIA 24 DE FEVEREIRO DE FEVEREIRO A IGREJA BATISTA GETSEMANI FEZ UM CULTO DE AGRADECIMENTO A DEUS PELOS 80 ANOS DE VIDA DESSE GRANDE HOMEM. NESSE DIA ELE TEVE A HONRA DE UMA BOA PARTE DA SUA FAMÍLIA CELEBRAREM ESSE CULTO JUNTAMENTE CONOSCO. PARABÉNS IRMÃO VALDEMAR PELOS SEUS 80 ANOS DE VIDA!
QUE DEUS POSSA LHE CONCEDER MUITO MAIS, SEGUNDA A SUA VONTADE!

"SOCIEDADE MASCULINA MISSIONÁRIA" (SMM)

Organizada em 7 de Setembro de 2.007. E desde a sua organização Deus tem nos abençoado grandiosamente com visões dos céus para o trabalho missionário. Temos visto a mão de Deus operando na vida de cada associado como: animando, trabalhando, testificando, contribuindo, se unindo e ajudando etc. Muito obrigado Ó Deus Altíssimo por esse grupo SMM glorioso! Tinho

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

"PÉROLAS ESPARSAS" HISTÓRIA DRAMÁTICA

Uma História Verdadeira da Vida de uma Mulher
Levantando-se de improviso na assembléia, ela assim falou: "Casada com um bêbado? Sim; eu fui esposa de um bêbado. Prestai-me atenção! Falo às moças." Todos nós nos voltamos e escutamo-la. Era uma mulher pálida, de olhos escuros e tristes, cabelos brancos dispostos lisamente sobre uma

fronte que denotava inteligência. "Desposando um bêbado, atingi o apogeu da miséria," continuou ela. "Eu era jovem e oh! tão infeliz! Casei-me com o homem que eu amava e protestava amar-me também. Era um bêbado, e eu o sabia - sabia-o, mas não podia avaliar o isso fosse. Nem há uma só jovem aqui presente que o saiba, a menos que ela tenha um bêbado na família; em tal caso, talvez conheça quão profundo é o desgosto que invade a alma de uma mulher que ama e está unida a um ébrio - quer este seja pai, marido, irmão ou filho. Moças acreditai-me quando eu vos disser que desposar um bêbado é o cúmulo de toda a miséria. Sofri a experiência e conheço-a. Adquiri o horrível conhecimento à custo da felicidade, da sanidade, e quase da própria vida. Admirai vós de que meus cabelos estejam brancos? Tornaram-se assim num noite, branqueados pelo desgosto, como Maria Antonieta disse dos seus. Não tenho quarenta anos de idade, não obstante, a neve dos setenta paira sobre a minha cabeça e em meu coração. Ah! eu não posso começar a contar os invernos que os oprimem," exclamou ela com inexprimível veemência na voz. "Meu marido era profissional. Sua profissão fazia-o sair freqüentemente de casa à noite, e quando voltava, vinha bêbado. Gradualmente foi dando largas a tentação durante o dia, até que raramente deixava de estar embriagado. Eu tinha duas formosas filhas e um filho." Aqui, sua voz alterou-se, e nós nos sentamos, escutando a história em profundo silêncio. "Meu marido estivera bebendo demasiadamente, e passados eram dois dias que não o via; ele se ausentara do lar. Uma noite eu estava assentada à cabeceira de meu filho, que adoecera; as duas meninas dormiam no quarto contíguo, quando ouvi meu marido penetrar, ao chegar a casa, noutro quarto que havia além. Este aposento comunicava-se co0m aquele em que minhas estavam. Não sei por que, mas um sentimento de terror apoderou-se de mim, e senti que minhas filhas estavam em perigo. Levantei-me e dirigi-me para ali. A porta estava fechada. Bati freneticamente, mas não recebi resposta. Eu parecia estar dotada de uma força sobre-humana, e atirando-me com toda a força contra a porta, ela cedeu e escancarou-se. Oh, que quadro! horrível quadro!" ela lastimava-se com uma voz que me aflige ainda; e cobriu a face com as mãos, e, quando as tirou, estava mais pálida e mais triste que nunca. "Delirium tremes! Jamais o vistes, moças; e permita Deus que nunca o vejais. Meu marido estava atrás da cama, seus olhos tinham a fixidez brilhante da loucura. 'Leve-as!' bradou ele, 'estas horríveis coisas; elas estão todas de rastos defronte de mim! Leve-as, já disse!' e brandiu a faca no ar. Indiferente ao perigo, arremessei-me para o leito, e, repentinamente meu coração pareceu cessar de bater. Aí jaziam minhas filhas, cobertas de sangue, assassinadas por seu próprio pai! Por um momento, não pude proferir uma palavra. Fiquei inteiramente emudecida por minha terrível dor. Eu mal prestava atenção ao doido que estava ao meu lado - o homem que me trouxera todo o infortúnio. Dei então um retumbante grito e meus gemidos ecoaram no espaço. Os criados ouviram-me e dirigiram-se apressadamente para o quarto; ao vê-los, meu marido repentinamente passou a faca na própria garganta. Nada mais vi. Fui conduzida, desmaiada, do quarto que continha os cadáveres de minhas filhas, atrozmente assassinadas, e o de meu marido. No dia imediato, meus cabelos estavam brancos e meu espírito de tal modo perturbado que eu não conhecia ninguém."

Ela fez pausa. Nossos olhos estavam fixos em sua face pálida. Algumas mulheres choravam alto, enquanto havia apenas uma pessoa cujos olhos estavam enxutos, nesta sessão de temperança. Observamos que ela não acabara de falar; estava somente esperando dominar a emoção para concluir a história. "Por dois anos," continuou ela, "fui uma ruína mental. Depois me restabeleci do choque e dediquei-me a cuidar de meu filho. Mas o vício do pai manifestou-se no filho e há seis meses ele, de dezoito anos de idade, foi levado à sepultura, vítima de bebida; e quando eu, sua extremosa mãe, fiquei só e via terra amontoada sobre ele, exclamei: 'Graças a Deus! Prefiro vê-lo aqui a tê-lo vivo, bêbado,' e voltei para meu desolado lar - uma mulher sem filhos, mulher sobre a qual a mão da desgraça se abatera pesadamente. "Moças, é a vós que desejo livrar do destino que me surpreendeu. Não arruineis vossa vida como eu arruinei a minha; não cometais a loucura de casar-vos com um bêbado. Tendes-lhe amor? Tanto pior para vós; porquanto desposando-o, maior será vossa miséria por causa do vosso amor. Dizeis que após o casamento o corrigireis? Ah! uma mulher encarece tristemente o seu prestígio quando empreende fazer isso. Não é competidor para ele, garanto-vos. O que é a vossa débil influência em comparação à sua força gigantesca? Ele vos esmagará da mesma forma. Foi para salvar-nos, moças, dos desgostos que arruinaram minha felicidade, que vos relatei minha história. Sou estranha nesta grande cidade. Estou apenas de passagem por ela; e tenho uma mensagem para cada moça: Nunca aceiteis como marido um bêbado." Pude vê-la, então, enquanto se achava ali entre a calma assembléia, seus escuros olhos brilhando e seu corpo tremendo de emoção enquanto fazia o apaixonado apelo. Depois se retirou, e nunca mais tornamos a vê-la. Suas palavras não foram, em todo caso, infrutíferas, e por causa delas há, no mínimo, uma moça solteira.

PEROLAS ESPARSAS - A Loucura de Uma Condessa

A Loucura de Uma Condessa

Há uns cem anos vivia na cidade de Hanover, na Alemanha, uma condessa chamada Carolina de Rueling, que era uma ímpia declarada. Fazia gala de dizer a toda gente que as Escrituras Sagradas eram uma mentira e não acreditava em Deus nem na vida futura.
A igreja do jardim, edificada com o auxílio do magistrado de Hanover e as dádivas da liberal cidade velha no meado do século XVIII, achava-se constantemente em embaraços pecuniários, desde a sua inauguração. As coletas, se bem que rendosas, não cobriam as dívidas, e os pobres da comuna necessitavam cada vez mais de auxílio pecuniário.
Carolina de Rueling distribuiu muitos talers (moeda alemã de prata, correspondente a cerca de dois cruzeiros e cinqüenta da nossa moeda) da sua grande fortuna, e atrás do seu nome nas listas sempre se viam consideráveis quantias, mas, para a sua cunhada Dorotéia, que com seus seis filhos sofria as mais amargas necessidades, não tinha ela um pfennig ( mais ou menos dez centavos). Todavia, tinha ela o sagrado dever de repartir com esta todos os seus bens, pois para salvar o seu esposo falecido, dera o irmão deste, marido de Dorotéia, a sua vida.
Quando Fernando, duque de Brunswick, desalojou os franceses do sul de Hanover, se uniram a ele os irmãos Augusto e João de Rueling. Na batalha de Nauheim, em 1763, foi João, um homem impetuoso e audaz, cortado dos seus companheiros e teria perecido, se Augusto, seu irmão mais velho, não o tivesse livrado, sacrificando a própria vida. Augusto, porém, recebeu nessa ocasião um profundo golpe no ombro, que o pôs fora de combate, sendo-lhe necessário voltar para a pátria. Pouco tempo depois faleceu. João prometeu a Augusto cuidar de sua esposa e filhos, como um pai. Cumpriu fielmente a sua palavra; mesmo quando anos depois, favorecido pelo eleitor e rei Jorge III de Hanover-Inglaterra, chegara a ter alta e rendosa posição, e desposara Carolina, de quem falamos no princípio, lembrava-se ele sempre da família do irmão, que a custo da sua vida o salvara. Para tristeza e desgosto seu, não queria a sua jovem esposa ter comunicação com a sua cunhada Dorotéia, porque esta era burguesa, enquanto ela era filha de conselheiro fidalgo de Nienburgo, educada nas idéias da roda aristocrática, que negava à classe burguesa quaisquer direitos e privilégios.
João, atirado na cama por grave enfermidade, conseguiu da esposa a promessa de cuidar da cunhada, se ele viesse a falecer. Mas depois do falecimento de seu marido, julgou-se Carolina livre do dever de auxiliar os parentes burgueses. Em 1772 reinou uma terrível fome em Hanover e os pobres não mais podiam pagar os preços exorbitantes dos alimentos. O magistrado e as comunas trataram de fornecer alimentos aos pobres necessitados, entre os quais se achava também Dorotéia de Rueling, que já não podia sustentar os filhos com o trabalho de suas mãos. Por isso foi à casa da cunhada pedir socorro, porém, esta nada lhe deu, apesar de, além da sua riqueza, receber considerável pensão do montepio. Quando Dorotéia, na sua grande necessidade, novamente procurou a orgulhosa parenta, esta se fechou no seu quarto, com as palavras:
- Não quero ser molestada por ninguém, e menos ainda por ela, nem na vida nem na morte.
Esta condessa morreu ainda nova, com uns trinta anos de idade, e antes de sua morte dispôs muito minuciosamente como queria o seu túmulo. Para mostrar patentemente que não acreditava na vida futura, determinou que queria ser enterrada numa sepultura que nunca mais pudesse ser aberta nem pelos homens nem mesmo por Deus!
Devia o túmulo ser coberto por uma enorme laje de granito maciço e levar ao redor blocos pesadíssimos de pedra. Tudo isto devia ser ser ligado por gatos de ferro, e a tampa segura ao resto por uma enorme corrente. Quem poderia, assim, abrir o túmulo da condessa. Era assim que ela pensava, e como um desafio mandou gravar no bloco principal esta ímpia inscrição:
Este túmulo foi comprado por toda a eternidade.
Nunca mais será aberto.
Depois de sua morte tudo se fez como ela ordenara. Fez-se tudo o que se podia fazer para tornar impossível a abertura daquele túmulo.
Contudo, de todo os túmulos que ainda restam naquele cemitério, o túmulo da condessa é o único que está aberto! E não foi homem algum que o abriu. Deus mesmo o abriu! Como? Por um terremoto? Não. Deus Se serviu de coisa bem mais insignificante.
A Deus bastou-lhe uma pequena semente para mostrar a loucura da condessa.
Como a semente ali entrou, não se sabe. O que se sabe é que um pequeno rebento apareceu entre duas pedras, vindo do interior, e foi crescendo até quebrar blocos, correntes e tudo! Hoje pode-se ver uma árvore gigantesca saindo do túmulo aberto!
E foi nisto que veio dar o tal túmulo que nunca mais devia ser aberto! Com toda a certeza se poderia hoje gravar outra inscrição sobre a tampa, e talvez nada quadrasse melhor do que estas palavras do apóstolo S. Paulo aos Gálatas, capítulo 6, verso 7: "De Deus não se zomba."
Haverá coisa mais insignificante do que uma sementezinha? Pois com ela Deus confundiu e deitou por terra os loucos desígnios duma condessa. Quem se atreverá a zombar de Deus?
E não obstante, quantos não há ainda hoje que pretendem zombar de Deus! Desprezam a Sua santa Palavra, calcam aos pés os Seus mandamentos e riem-se do Seu amor.
Como nos devemos julgar felizes, os que conhecemos o Evangelho e nele temos aprendido a não zombar de Deus, mas confiar no Seu amor revelado em Cristo, para esta vida e para a vida futura!

PÉROLAS ESPARSAS - COMO DEUS SALVOU DUAS CRIANÇAS


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Como Deus Salvou Duas Crianças
Vamos entreter os nossos pequenos leitores, contando-lhes uma história verídica, de duas crianças que foram maravilhosamente salvas da grande enchente ocorrida no vale de Willamette, em Oregão.
Por uma tarde acudia à de Nettie e Maria Sanborn o tio G ..., trazendo-lhes a triste nova de que a tia enfermara gravemente e talvez não vivesse até o dia seguinte.
A mãe de Nattie e Maria emalou à pressa algumas coisas de que precisava, e depois de haver lembrado à filha mais velha que deixava na dispensa pão e e leite em quantidade suficiente para elas passarem aquela tarde e o dia seguinte, exortou-as a serem boas durante a sua ausência, e, despedindo-se delas, disse: "Adeus, minhas filhas, Deus vos há de proteger até que eu volte."
Nettie aspirava a ser uma boa menina, como dizia a mamãe, porém, mal pôde conter as lágrimas quando viu desaparecer o carro numa volta do caminho. Notando, porém, as lágrimas da pequena Maria, reprimiu-se e dispôs-se a consolar a irmãzinha.
- Não chores, Mariazinha, Deus nos há de proteger.Vem, tratemos de nossa galinha e de nossos pintinhos e de noite iremos na cama de mamãe.
Tanto bastou para que Maria se consolasse e, tomando a mão de sua irmã mais velha, saíram ambas em direção ao galinheiro, onde distribuíram abundantes grãos aos seus queridos entesinhos. Depois de mais algumas voltas pelo quintal volveram à casa à noitinha, onde Nettie, acendendo o lume, preparou a refeição, que se compunha de pão e leite. Satisfeitas as exigências do estômago, ajoelharam-se ambas, encomendando-se a Deus, e em seguida subiram ao grande e alvo leito da mamãe, onde, aconchegadinhas como dois gatinhos, logo depois adormeceram.
Alta hora da noite Nettie foi despertada por um ruído estranho, semelhante ao rumor de grandes águas. Desentranhando-se dos cobertores, ascendeu a vela e saiu em direção à porta, a fim de verificar o que era. Mas qual não foi o seu espanto, quando, entreabrindo a porta, viu toda a área do quintal transformada num imenso lago.
- Oh! oh! exclamou, transida de terror; que devo eu fazer? É o rio que transbordou! Lembrando-se, porém, imediatamente de Maria, ocorreu-lhe subir com ela ao sótão, onde as águas provavelmente não chegariam.
Entretanto a enchente ia fazendo os seus progressos. Nettie, tomando um cobertor e travesseiro, galgou o sótão, voltando depois para buscar Maria, que, ao ouvir o rugido das águas lançou assustados gritos, sendo, porém, pacificada por sua irmã, que lhe dizia que não tivesse medo, que Deus as havia de proteger.
Veio então à lembrança de Nettie que, se aquela situação se prolongasse, lhes seria necessário algum alimento. Desceu, pois, outra vez e, entrando destemidamente na água, que já havia invadido a casa, dirigiu-se à despensa, de onde tirou uma vasilha com leite, que levou para cima. Mia uma vez teve de voltar para buscar o pão e uma colher e já a água lhe ia pelos joelhos.
A pequena Maria não tardou a conciliar de novo o sono; Nettie, porém, não podia dormir. Pôs-se a observar atentamente a água, que ia constantemente em aumento, até que penetrou na cama da mamãe e apagou a luz. Continuou depois a escutar o ruído da enchente dentro e fora de casa; por fim, o seu pequeno coração não pode mais conter-se e, cheia de angústia, pediu a Deus que a salvasse. E o Senhor, em deferimento à sua súplica, consolou-a, lembrando-lhe a promessa que muitas vezes ouvira ler à sua mãe: "Quando tu passares pelas águas, Eu serei contigo, e os rios não te submergirão." Repetindo a consoladora promessa, Nettie aguardava o alvorecer do dia, que lhe havia de trazer a almejada salvação.
Ao raiar da aurora Nettie correu a espreitar através de uma pequena fresta do oitão e viu que tudo estava transformado num oceano, sobressaindo apenas as copas das árvores e os telhados das casas. Através do crepúsculo, porém, divisava-se uma embarcação a vapor que vinha em direção ao local para receber as pessoas que se haviam refugiado nos telhados e sótãos. Na tolda da embarcação ia uma mulher, que, movendo-se inquieta de um lado para outro, ora chorava, ora orava. Próximo das casas a marinhagem arriou um bote que dirigido por dois homens sacudidos, singrou para o lado da casa em que se encontravam Nettie e Maria. Ao aproximarem-se da mesma um deles disse:
- Aqui já não está ninguém.
- Não, volveu o outro, a casa não tarda a ruir pois já vacila.
- Mas, ouça! que é isso?
O som de uma voz infantil feriu-lhes o ouvido:
"Jesus, Senhor, meu Redentor,
Em Ti procuro abrigo;
Avulta a enchente em derredor
Jesus, sê Tu comigo."
- Foi Jesus que mandou os senhores buscar-nos? perguntou Nettie, quando dois braços vigorosos delas se apoderaram para as recolher no bote.
A fé singela da pequena menina comoveu o coração do rude marinheiro, que aliás, não acreditava em Deus.
- Sim, minha filha, respondeu; mais um momento e teria sido tarde. Eis aí! Lá vai a casa!
Minutos depois eram recolhidas a bordo da embarcação, onde a mãe, com grande alegria e ações de graças, as estreitou nos braços.
Considerem, caros meninos, como Deus cuida dos que Nêle confiam e como ouve as orações nos maiores perigos.
Decorem este belo versículo, que também é uma promessa de Deus para todos vocês: "Invoca-Me no dia da angústia, e Eu te ajudarei."

PÉROLAS ESPARSAS - A POBRE LAVADEIRA

A POBRE LAVADEIRA

- Estou quase a meter também esta colcha entre a roupa suja. É verdade que ainda não há tanta necessidade de ser lavada, mas penso que vou mandá-la também à lavadeira.
- Por que, então, queres mandar lavá-la, se ainda não há tanta necessidade de ser lavada? disse a tia com aquele seu modo sossegado e expressivo de falar.
- Por que? titia, porque tenho hoje muito pouca roupa, tão pouca, que Suzana estará pronta antes das duas horas, e como tenho de pagar-lhe o mesmo como se trabalhasse até à noite, por isso ...
- Escuta um momento e reflete um pouco, disse-lhe bondosamente a velha senhora. Supõe que estivesse nas condições da pobre Suzana, obrigada a passar junto à tina de roupa durante seis dias da semana, para prover às necessidades mais urgentes da vida quotidiana: porventura não ficarias contente de poder uma vez voltar à casa antes da noite, para consagrar ainda alguns momentos do dia aos teus queridos ou mesmo ao descanso? Já é duro para uma mulher ser obrigada a trabalhar como jornaleira para ganhar sua subsistência; não queiras por isso privá-la do gozo de um dia menos árduo. É hoje já o quarto dia que ela se levanta com o escuro, indo pelo frio daqui para ali, a fim de servir seus fregueses; deixa que vá para casa logo que estiver pronta. É possível até que tenha em casa um querido doente e que esteja contando ansiosa horas e minutos até poder voltar, temendo talvez chegar tarde. Deita a colcha sobe a cama e vem assentar-se junto de mim; vou contar-te a história de uma pobre lavadeira a quem sucedeu como ia sucedendo a Suzana hoje, dando-se-lhe sem necessidade roupa para lavar, pelo motivo de haver sido pouca.
A estas palavras a velha senhora tirou os óculos e enxugou uma lágrima que lhe umedecera as pálpebras, e com voz trêmula começou:
"Não houve talvez nunca um casamento mais feliz do que o de Ada R. Ninguém podia olhar mais esperançoso para o futuro. Ligada ao homem de sua escolha, homem do qual podia orgulhar-se, ninguém talvez tivesse a perspectiva de uma vida mais venturosa do que Ada R.
"Essa felicidade durou dez anos. Seu lar era confortável e bonito e o jovem esposo continuava tão amante e bondoso como quando noivo, colhendo de ano em ano novos louros na posição que ocupava, e empregando os seus proventos em rodear a família de todo o conforto possível. Afora estas bênçãos, Deus lhe havia concedido ainda outra: um pequeno berço se achava ao lado do seu leito, em que sorria um belo menino de cabelos louros, a imagem perfeita do seu pai, e que constituía a coisa mais cara que possuía neste mundo.
"Não quero, porém, demorar-me mais tempo sobre aqueles dias felizes; pois que a nossa história tem por fim tratar de coisa muito diversa. Aconteceu a Ada e a seu esposo como costuma acontecer a muitos: quando a taça mais lhes apetece, é-lhes arrebatada. Uma série de desgraças e infortúnios que se sucederam rapidamente, arrebatou-lhes tudo, deixando-lhes somente o amor e o filhinho.
"Estavam, porém, ainda todos reunidos e isto lhes deu novo animo. Mudando-se para uma cidade distante, aí começaram novamente a sus existência. Diligentes e incansáveis se empenharam na luta pela vida, e outra vez a fortuna parecia sorrir-lhes, porém só por pouco tempo; logo depois tornaram a baixar sobre eles as sombras da adversidade.
"O esposo de Ada caiu doente e sobre o leito de dor arrastava os seus dias, torturado não só por dores físicas como também, e principalmente, por sofrimentos de alma, experimentando toda sorte de privações. Tudo o que estava no poder de Ada ela buscava fazer fielmente, tentando uma coisa e outra, a fim de prover a subsistência da família. Ela, que fora levada ao altar trajando vestido de seda, podia ser vista agora juntoà tina de roupa para ganhar o pão quotidiano.
"Durante um inverno muito triste, viu-se obrigada a levantar-se todos os dias antes da madrugada para ir ao trabalho, tendo muitas vezes de andar pela neve para ir ter às cozinhas escuras e enfumaradas, e aí ajudar a limpar e lavar, sucedendo-lhe não raro gelar-lhe a roupa debaixo das mãos quando tentava estendê-la na corda. E quando chegava a noite, com o seu mesquinho salário, tinha de procurar outra vez o seu caminho através da neve para sua habitação fria e escura, porque o salário não chegava para luz e aquecimento da sala. E com que angústia ela todas as noites transpunha o limiar da porta, receosa de que viesse tarde! Havia seis semanas não tinha visto mais ao marido e ao filho a luz do dia. Quão contente ela teria ficado se uma vez ou outra tivesse podido voltar mais cedo!
"Numa manhã muito fria, continuou a tia depois de uma pequena pausa, quando Ada preparava o almoço, seu marido chamou-a subitamente e disse-lhe:
" - Querida Ada, não podias vir hoje mais cedo que de costume? Desejava tanto ver-te outra vez à luz do dia. Tu vens, sim?
"- Vou fazer o possível, respondeu ela, empalidecendo de susto.
"- Tenho uma saudade invencível de ver o teu rosto à luz do dia. Hoje é sexta-feira; desde o último sábado tenho sentido esta saudade; não posso mais esperar até amanhã.
"- Sentes-te pior? perguntou aflita, tomando-lhe o pulso.
"- Não, não; penso que não, apenas me parece que já faz tanto tempo, e julgo não poder esperar.
"Com que satisfação esta mulher teria correspondido ao desejo do marido! Com que vontade ela teria mesmo ficado até que a luz do dia viesse clarear a pequena sala; mas não era possível. A necessidade urgente a obrigava a partir. Ela chegou à cozinha do freguês, e ali ficou numa expectação ansiosa, aguardando o cesto de roupa. Um sorriso assomou-lhe aos lábios, quando verificou o seu conteúdo. Até às quatro horas podia estar pronta, e talvez até as três. Amor e medo comunicaram-lhe novo vigor aos braços, e cinco minutos antes que o relógio soasse as três horas, ela estendia na corda a última peça de roupa, e se dispunha a esvaziar as tinas, quando apareceu a dona de casa com duas colchas e disse: 'Como tiveste pouca roupa hoje, Ada, podias ainda lavar estas duas peças.'Apenas a dona de casa desapareceu, um grito de angústia partiu dos lábios de Ada. Fazendo violência a si própria, ela tentou retomar com sossego o seu trabalho. Anoitecia, enfim, quando lhe foi possível correr para casa - chegava tarde.
Neste ponto a tia interrompeu a história num pranto de soluços, prosseguindo depois de uma pequena pausa:
"Seu marido estava agonizante, e a morte se avizinhava depressa. Com muito esforço ainda lhe exprimiu algumas palavras de amor, e a saudade que tinha de ver ainda uma vez o seu rosto, o qual já agora não lhe era dado ver mais porque a sombra da morte lhe empanava a vista. Durante uma hora a sua cabeça repousou ainda recostada ao seu peito - depois expirou.
"Oh, Maria, acrescentou então a tia comovida e suplicante, sê bondosa com tua lavadeira! em vez de tratar de aumentar-lhe o trabalho do dia, trata de diminuí-lo.
"Pouca mulheres há que saem a trabalha a não ser urgidas por extrema necessidade. Nenhuma mulher imagina, no dia don seu casamento, que lhe possa estar reservada uma tal sorte, e quando ela lança mão desse ofício, é quase sempre em último recurso. Também a tua lavadeira, que agora te faz este serviço pesado, não esteve sempre à tina de roupa. Também ela conheceu dias melhores. Pode-se ler a sua história nos traços pálidos e tristes do seu rosto. Sê bondosa com ela, paga-lhe o que deves, e despede-a tão logo quanto possível."
- Acabou cedo hoje, Suzana, disse D. Maria à lavadeira, quando esta entrou na sala para receber o seu salário.
- Sim, senhora; e isto tira de sobre mim um grande peso. Receava ter que ficar até à noite, e tenho tanta necessidade de estar em casa!
- Está alguém doente? perguntou bondosamente a velha tia.
Pelas faces da lavadeira deslizavam lágrimas quando ela respondeu:
- Ah, senhora, deixei meu filhinho esta manhã já quase a morte. Conheço aquela tristeza estampada no rosto do menino, pois não é a primeira vez que passo por esta dor. E ninguém está junto dele senão um menino de nove anos. Tenho que ir agora a toda a pressa. Ela tomou o dinheiro, penosamente ganho enquanto em casa o filhinho agonizava, e partiu veloz para a sua pobre habitação.
Logo depois as duas senhoras, uma jovem, não tendo conhecido ainda nenhum cuidado sério, a outra já idosa, tendo os cabelos embranquecidos pelos cuidados da via, penetraram no casebre da mulher de um bêbado e se acercaram do leito do menino moribundo. Suzana não chegara tarde. O menino havia reconhecido ainda sua mãe. Faleceu a meia-noite e mãos bondosas receberam o seu corpinho inânime, cerraram-lhe as pálpebras, endireitaram-lhe os membros, lavaram-no e vestiram-no de uma mortalha branca. Ainda mais, as duas mulheres tiveram pela pobre lavadeira lágrimas de simpatia, o que é um privilégio muito raro dos pobre.
- Oh, titia! disse Maria com os olhos rasos de lágrimas; se mesmo o meu coração a abençoa, quanto mais o de Suzana! Se não fora o conselho da senhora, ela teria chegado tarde! Esta foi uma lição muito triste, mas sagrada. Jamais hei de esquecê-la. Mas, titia, a história que me referiu é verdadeira?
- A sua triste realidade branqueou-me os cabelos antes do tempo, quando contava apenas trinta primavera; e a sua lembrança é a mais aflitiva das minhas recordações. É de admirar portanto que eu me compadecesse da pobre lavadeira?

PÉROLAS ESPARSAS - A MENTIRA FATAL

A MENTIRA FATAL

Estava-se no inverno. O sol acabava de desaparecer no horizonte e as sombras da noite pairavam já sobre a aldeia.
Sozinha em uma poltrona antiga, próximo de um lume crepitante, uma senhora de certa idade, de cabelos prateados, seguia com olhar distraído os últimos clarões do dia, enquanto o seu pensamento se embrenhava em recordações do passado.
De repente abriu-se a porta e ouviram-se passos rápidos.
- Então! Divertiste-te muito, Bertinha? disse a idosa senhora, pondo a mão afetuosamente nos louros anéis da menina que acabava de entrar.
- Oh!, tia Rute, respondeu esta, e agora venho pedir-lhe que me conte uma de sus lindas histórias.
Berta era filha única. Alguns meses antes perdera a mãe. Agora estava de visita em casa da tia, da qual soubera ganhar a afeição. Mas a tia Rute era muito perspicaz e por isso havia descoberto um grande defeito na sobrinha.
Com grande tristeza sua, verificou que a criança não tinha escrúpulo nenhum em mentir, e que mesmo quando se via descoberta, não corava com as suas mentiras.
Ora, se tia Rute tinha horror especial por algum pecado, era por certo pela mentira; resolveu, pois, corrigi-la, tanto quanto possível, deste defeito, e prometeu tentá-lo nessa mesma noite, com a ajuda do Senhor, mostrando-lhe a fealdade de seu pecado.
- Vamos, toma o teu crochê, minha querida, disse-lhe ela, e vem assentar-se ao pé de mim.
A criança obedeceu, e quando ficou bem instalada junto da tia, esta principiou a falar nos seguintes termos:
- Sabes, Berta, presentemente estou velha e a memória principia-me a faltar. Apesar disso eu me recordo muito bem duma história que te vou contar.
"Na minha juventude, eu andava na escola com uma menina chamada Ana Clara; era terna, amável, sensível, e ao mesmo tempo muito estudiosa.
"Ela tentou travar amizade comigo, mas eu resisti-lhe. Eu não lhe tinha nenhuma amizade pela razão de que ela era minha rival; se não fosse ela, eu seria a primeira na nossa classe. A pobre Aninha não sabia a que atribuir a minha frieza.
"Eu, ainda que educada por pais cristãos, esforçava-me muitas vezes por fazer mal à minha companheira; excitava as outras contra ela, e como ela era muito tímida para se defender, eu triunfava quase sempre.
"Um dia, na classe, estávamos nós a soletrar a palavra trouxe. Com a sua voz fraca e meiga, Aninha soletrou: t, r, o, u trou, x, e, xe, trouxe.
"A mestra, não tendo ouvido bem, exclamou:
"Mal! Adiante.
"Mas, voltando atrás de repente, disse-lhe:
"- Tu não soletraste: t, r, o, u, c, e?
"Não senhora, respondeu Aninha, eu disse: x, e, xe.
"A mestra duvidava ainda, e voltou para mim:
"- Rute, como disse a Ana?
"Atravessou-me o espírito um pensamento diabólico; vi-me a primeira na minha classe, e deixei-me arrastar pelo mal e pronunciei uma odiosa mentira.
"- Ana disse c, e, ce, respondi eu sem hesitar.
"A professora voltou-se para ela; confundida pela minha acusação, a minha companheira baixava a cabeça em silêncio, enquanto um rubor súbito lhe dava toda a aparência duma culpada.
"- Ana, disse a senhora severamente, eu não julgava que fosses mentirosa. Vai-te sentar naquele canto, e no fim, das aulas, espera-me.
"Eu conseguira o que desejava. Ana caíra em desagrado, e eu fora proclama a primeira; mas não era feliz.
"Quando terminou a aula, eu fiz que tinha perdido alguma coisa e fiquei na sala. E ouvi a voz da mestra:
"- Ana, vem cá.
"Ouvi então o passo leve da minha companheira.
"- Como pudeste mentir assim? continuou a mestra.
"- Eu não menti, minha senhora, respondeu a meiga criança.
"Mas o som da voz, o tremor que dela se apossou, parecia, desmentir as suas palavras.
"- Dá cá a mão, disse a professora.
"É necessário dizer-te, Berta, continuou a Tia Rute, que no meu tempo, as crianças eram mais severamente castigadas do que hoje, por isso não fiquei surpreendida por ouvir cair na mãozinha da inocente menina as repetidas pancadas da cruel palmatória. Ah! bem podes olhar para mim com assombro, Berta. Cada pancada ia-me ao coração; eu, porém, não tinha coragem de declarar a minha falta. Deslizei mansamente sala fora.
"Ao voltar para casa, vi Aninha, que caminhava lentamente, e com uma mão segurava os livros enquanto com a outra limpava as lágrimas que lhe corriam das faces. Os seus soluços entrecortados penetravam até ao fundo da minha alma. Ela caminhava assim chorando, quando de repente, batendo com o pé em uma grande pedra, caiu, espalhando-se-lhe os livros pelo chão. Eu apanhei-os em silêncio, e entreguei-los.
"Os seus olhos azuis, úmidos de lágrimas, fixara-se sobre mim, e com uma voz meiga e amável, disse-me ela:
"- Obrigada, Rute.
"O meu coração pulsava violentamente; mas eu não me atrevi a falar-lhe; entrei precipitadamente em minha casa.
"Quando cheguei a casa, pensei que, visto como todos ignoravam a minha falta, eu podia rir e tagarelar como de costume. Mas ai de mim! isto não me tornava menos pesado o fardo que me oprimia o coração.
"Eu não tinha necessidade dum acusador humano; o olhar de Deus perseguia-me.
"Mas quanto mais perturbada me sentia, mais me esforçava por parecer alegre; de tal modo que várias vezes durante o serão fui repreendida pela minha alegria ruidosa, quando eu muito a custo podia conter as lágrimas.
"Por fim retirei-me para o meu quarto; não pude orar; bem depressa me deitei e fechei resolutamente os olhos.
"Mas dormir era-me impossível! O velho relógio da casa fazia estremecer o meu pobre coração com as sua vibrações prolongadas, e quando soou meia-noite, pareceu-me ouvir dobrar os finados.
"Voltei-me, tornei-me a voltar sobre o travesseiro, mas parecia-me duro como pedra.
"Aqueles belos olhos azuis inundados de lagrimas, estavam constantemente diante de mim, e os meus ouvidos não cessavam de ouvir as pancadas repetidas da cruel palmatória ... Enfim, incapaz de permanecer mais tempo neste estado, saltei abaixo do leito e fui-me assentar ao pé da janela.
"Tudo tinha um aspecto triste e sinistro, que me gelou.
"As árvores erguiam-se sombrias e imóveis, e pareciam-me duma altura desmedida. Nada havia, até nas grades brancas e nas aléias encaibradas, que não me parecesse ter alguma coisa estranha.
"De novo me dirigi para o meu leito e via a colcha branca que minha mãe me tinha dado no dia de ano novo, alguns meses antes de morrer.
"No mesmo instante veio-me à memória uma infinidade de pensamentos. Recorde-me daquela última súplica que minha mãe fizera em meu favor: 'Ó Senhor! Desperta na minha querida Rute a sinceridade e a sabedora que vêm do alto!' Esta recordação compungiu-me; em vão tentei expulsá-la da memória; ela perseguia-me incessantemente. Desfiz-me em lágrimas, mas as lágrimas não me deram a paz.
"Cada vez mais agitada, tomei por fim o partido de ir para o quarto de meu pai e, lançando-me sobre o seu leito, exclamei soluçando: Papai! ó papai! ...
"Não pude dizer mais. Meu pai tomou-me nos braços, encostou-me a cabeça ao seu peito e procurou acalmar-me; quando em parte o conseguiu, confessei-lhe o motivo das minhas lágrimas. Oh! como ele pediu ao Senhor que perdoasse a sua Rutezinha!
"- Querido pai, lhe disse eu, quer acompanhar-me agora à casa da pobre Aninha?
"- Agora?! repetiu ele muito surpreendido; esperemos pela manhã, minha filha.
"Toda demora era para mim um verdadeiro suplício; todavia esforcei-me por ter paciência, e depois de ter abraçado meu pai, voltei para o meu quarto; mas as pálpebras fatigadas não podiam fechar-se.
"Eu ansiava por ir pedir perdão a Aninha; de todo o coração suspirava pelo dia, e depois de em vão ter esperado alguns minutos, que me pareceram longos como horas, foi-me impossível resistir mais tempo à voz da consciência; então, precipitando-me de novo no quarto de meu pai, supliquei-lhe que no mesmo instante me levasse à casa de Aninha.
"- Ah! murmurei eu sem saber bem o que dizia, se ela morresse antes de me ter perdoado!
"Meu bom pai olhou para mim com inquietação; colocou-me sua mão no rosto febril, e depois de ter refletido, disse-me: Está bem, eu te acompanharei, minha filha.
"Alguns minutos depois estávamos nós a caminho.
"Ao aproximarmo-nos da casa de Aninha vimos várias luzes que se cruzavam em todos os sentidos na casa. Tremula, cheguei-me para meu pai.
"Ele abriu a grade, sem ruído, e entramos em silêncio.
"O doutor, que nos conhecia, saía nessa mesma ocasião da casa.
"O seu assombro foi grande ao ver-nos ali a tal hora; mas como descreverei eu o que sofri, quando ele disse a meu pai que Aninha estava com um ataque cerebral! ...
"- Sua mãe, continuou o doutor, disse-me que há alguns dias ela não andava bem, apesar disso quis ir à escola como de costume; mas parece que ontem à tarde ela voltou completamente mudada. Não pode cear, e sentou-se à mesa sem dizer uma palavra. Como parecesse triste, sua mãe tratou de descobrir o motivo; mas foi em vão. Por fim a pobre criança foi-se deitar, e cerca de uma hora depois, chamaram-me. Desde então não a deixei, e acho o seu estado muito grava.
"- No seu delírio, pronunciou várias vezes o nome da Rute, ajuntou o doutor olhando para mim; com uma voz suplicante pedia-lhe que tivesse piedade dela e que a salvasse.
"Oh! Berta, que nunca sintas o pungente remorso que me repassou o coração ao ouvir estas palavras!
"À força de súplicas, consegui da mãe de Aninha licença para vê-la, por um instante. A viúva tomou-me pela mão e conduziu-me ao quarto da filha.
"Desde que a vi, perdi toda a esperança; as sombras da morte pareciam velar já a sua bela fronte e os seus olhos azuis.
"Consternada, trêmula, ajoelhei ao pé do seu leito, e murmurei palavras de arrependimento.
"Levantei os olhos para ela como para lhe implorar perdão, mais ai de mim! Não, Berta, dos seus lábios nunca mais eu devia ouvir uma palavra de perdão!...
"Quando de novo tornei a ver Aninha ela dormia.
"Suas faces não mais seriam coloridas desse vivo encarnado que as animava nos dias de saúde e as suas longas pestanas castanhas lançavam como que uma sombra fúnebre sobre o seu rosto de mármore. Não mais havia delírio, não mais haveria palpitações de coração. Aquela mãozinha branca que ela apresentara às pancadas da palmatória, estava junta com a outra. O seus olhos não mais deviam encher-se de lágrimas, o seu seio, não mais devia arfar de aflição. ...
"Ela dormia o sono da morte!
"A minha dor foi viva, o meu desespero imenso!
"Eu não podia perdoar a mim mesma o ter contribuído de algum modo para, pela minha indigna mentira, fazer descer ao túmulo esta meiga criança.
"Quão longo foi o inverno que se seguiu! A febre assaltou-me logo a seguir a estes sofrimentos morais, e no meu delírio, eu chamava sem cessar pela pobre Aninha.
"Contudo o Senhor ouviu as orações de meu querido pai e me levantou do leito de dor.
"Quando a primavera semeou de flores a sepultura de Aninha, permitiram-me que fosse visitá-la.
"Eu não poderei dizer quão dolorosamente comovido ficou o meu coração quando sobre o mármore branco li estas palavras:
ANA CLARA
"Ajoelhei-me junto da sepultura, e orei durante muito tempo ao Senhor para que me perdoasse.
"Desde esse momento. Berta, fiquei aliviada, fortificada e consolada."
Pronunciando estas palavras, a tia Rute colocou ternamente a mão na cabeça da sobrinha. Desde há muito Berta se sentia comovida, e agora vertia lágrimas ardentes.
Sua tia não tentou acalmá-la, porque esperava que estas lágrimas lhe seriam salutares.
- Peça por mim, querida tia, murmurou Berta.
A tia fez subir ao Céu ardentes súplicas pela sua querida sobrinha.
Berta nunca mais esqueceu aquele serão; porque um raio de luz divina acabava de penetrar-lhe na alma.

A falsidade apareceu-lhe sob o seu verdadeiro aspecto, e ela sentia a necessidade de procurar o socorro de Deus. A tia Rute não se arrependeu de ter assim evocado a mais triste recordação do seu passado, vendo o bem que dela resultou, porque esta encantadora menina, cuja boca fora tantas vezes manchada pela mentira, tornara-se com crescer da idade um modelo de sinceridade, de veracidade e de retidão, como o devem ser todos os meninos e meninas que querem servir a Jesus, - Do Amigo da Infância.

POSSE DO PASTOR ALÍRIO FERREIRA BARBOSA JUNIOR

Pelo motivo do falecimento do saudoso Pr Sisteval Gomes de Araújo que apascentou por 46 anos desde quando fazíamos parte do Ministério Re...