segunda-feira, 3 de março de 2008

UM PEQUENO RELATO DA VIDA DO PASTOR SISTEVAL GOMES DE ARAUJO


UM PEQUENO HISTÓRICO DA VIDA - PASTOR SISTEVAL GOMES DE ARAUJO
Sisteval Gomes de Araújo
Nasci no dia 29 de Maio de 1.935, na chamada Vila Japumerim, no estado da Bahia. Meus pais biológicos, Daniel e Carmelita.
Nessa vila, residiam o Sr. José de Araújo, e Dona. Rosa; que foram os meus padrinhos de batismo; segundo a tradição católica. Depois de algum tempo foram transferidos para outro distrito conhecido por Cajazeiras, a razão porque ele era fiscal do município de Boa Nova, ficando bem distante dos meus pais. Na época, compadre, comadre, era gente de muita estimação e de confiança, e por isso quando eles foram de mudança, meus pais permitiram que eles me levassem para ficar uns dias, e não mais me levaram de volta, e nem fui procurado pelos meus pais. Passaram se os anos e para minha surpresa, agora com quatro para cinco anos, eles fizeram uma reunião comigo e fez a declaração que não era eles os meus pais e que minha mãe havia falecido. Isso não me trouxe tristeza alguma, primeiro, pela minha idade, fui ensinado a chamá-los de: pai e mãe. Como eles não tinham filhos, fui adotado por eles; essa é a razão do meu sobre nome Araújo. Não tive o que se chama de infância, em lugar de de carinho era somente castigo e muitas vezes sem motivo; como criança não tinha meus direitos ou liberdade para brincar com os meus amiguinhos. Tinha eu que fazer alguma coisa, quando não tinha algo a fazer, misturavam o café com milho, ou arroz com feijão para eu separar um do outro e se eu chorasse, apanhava. Estudar, jamais. Lembro-me que ouvia as crianças fazendo leitura do ABC em altas vozes no colégio e eu achava bonito e acabava gravando o que eles liam. Lembro-me também de um garoto por nome de Alírio que, através da cerca que separava as nossas casas trocávamos ideias e ele me mostrava o abc e lia para eu ouvir e aprender um pouco mais sobre aquilo que muito me fascinava e foi assim, que escondido, conheci e aprendi as primeiras letras do alfabeto. Muitas vezes indagava-me a mim mesmo na minha inocência...Por que apanhar tanto? Por que tanto me castigam? Queria apenas entender, pois, eles não eram eles os meus pais. Uma surpresa! Disseram a mim: _Seu pai morreu e agora você não vai voltar mais e aos meus 10 anos pensei: O que fazer? Meu ódio foi tamanho que decido a tirar a minha própria vida e dizia...vou me matar e no auge da minha loucura peguei uma faca e me ferindo, mas pela bondade de Cristo logo fui socorrido por uma pessoa vizinha. Passando esse episódio triste na minha vida e eu agora com meus doze anos, tomei a decisão de ir embora e fui para Itapitanga, depois fui para Coaraci. Nesta estadia minha pela cidade de Coaraci instalou-se o Circo e Teatro Sul América, e com a turma do circo fiz uma amizade, e por intermédio do irmão do proprietário do circo, quando o circo partiu da para outra cidade fui junto com eles que agora eram meus novos amigos e me empregaram me encaixando no quadro de funcionários. Nesse período de circo aprendi a fazer: Trapézio Simples, Tôni de Picadeiro, Palhaço de pernas de pau, aprendi também a montar o palco para apresentação das peças dramáticas. Tornei-me contra-regra e maquinista de palco. No circo conheci o Sr. Alberto, ótimo artista de palco no qual tinha um carinho todo especial por mim e através desse carinho e atenção ele  

me ensinou pintar as tabuletas de rua, que anunciavam os espetáculos, ensinou-me a ler e a escrever e eu sempre procurava pessoas que pudessem me ensinar alguma coisa. Havia dentro de mim um imenso vazio, uma revolta, e aos 13 anos conheci a pinga e o cigarro e o vicio passou a fazer parte do meu dia a dia onde queria encontrar neles a resposta para um vazio, uma tristeza tão grande. Inúmeras vezes imaginei: Quem cuidará de mim, se caso eu adoecer e mediante à essas indagações conflitantes a saída que me fazia esquecer fazia com que eu bebesse mais e mais. Muitas vezes após terminar os espetáculos do circo, eu ia beber e frequentava cabarés, em algumas ocasiões fui trazido para a companhia

totalmente embriagado. Vivendo assim, pensava: pra que viver? Mais duas tentativas de homicídios. Das pernas de pau, na rua me atirei a
propósito ao chão para morrer, mas escapei.
Certa ocasião, soltei as
mãos do trapézio, fui ao chão, passei mais de vinte quatro horas inconsciente e assim outra vez escapei da morte. Cheguei aos 15 anos de idade, abandonei o circo, não aceitei apelos e fui embora sem destino. Bebia e bebia; a cachaça tornou-se fraca e foi aí que passei a consumir álcool com água e fumava pontas de cigarros encontrados na rua. Voltei a Cajazeiras, pedi ao dono de uma fábrica de selas e sapatos pra me ensinar, não ganhava nada. A noite pegava alguns peixes, em troca, ele me dava um prato com feijão, janta, café da manhã, nem pensar. Mesmo dominado pelo álcool aprendi fazer alguma coisa, em arreata de sela. E, então fui para Acaraci, porém, estava dominado pela cachaça; tentei trabalhar em uma selaria, mais era difícil, porque eu bebia muito, passei a beber água misturada com álcool. E para piorar meu corpo foi coberto de feridas, que até para estar assentado era difícil. Entrei em desespero, eu só tinha pele e osso...me perguntava: Para que viver? Estou chegando aos 17 anos sem esperança alguma, ninguém vai me querer, o corpo cheio de feridas, só tenho o resto da roupa, nenhum lugar pra ser acolhido, fome, fome, e as vezes alguém me dava um prato com feijão com farinha. Outra vez... a pergunta: Por quê meus pais fizeram isso comigo? Não conheço ninguém da minha família, tenho que dormir no lixo...Oh meu Deus! por que? Vou me matar! Cheguei assim aos 17 anos. Janeiro de 1.952 tomei a decisão; hoje sim, eu me mato...não aguento mais. Hoje posso dizer como Deus é maravilhoso! Quando me preparei para tirar a minha própria vida, mais uma vez, ao passar em frente há uma oficina de fabricação de selas e calçados, um senhor me parou, e convidou-me com insistência à trabalhar com ele. Relutei e muito, para não aceitar o convite, e revelei pra ele qual era o meu plano. Sua resposta foi: Você não vai fazer isto, eu vou cuidar de você, você vai dormir na oficina, vai ter comida, vai ganhar uns trocados. Seu nome, José Olegário Vieira, pai de 12 filhos. Fui bem tratado pela família e sua esposa dizia que eu era o caçula da família. Era uma família cristã, e pelas manhãs era celebrado o culto devocional onde eu também participava. E isto foi uma benção na minha vida porque logo parei de beber e fumar. Recebi todo carinho da família. Foi em uma noite não me lembro até hoje, como aquela música caiu dentro de mim, fiz um sussurro para um dos filhos da família, ele me disse já sei. Foi em casa, trouxe o cantor cristão e cantou pra eu ouvir o hino 217 do CC, para mim foi a música mais linda que já ouvi, pois ela invadiu o meu coração. Não entendi, eu nem sabia o queria dizer crente, se nunca tinha entrado numa igreja evangélica, como veio àquela música? Aliúdes, uma das filhas do casal convidou-me pra eu ir a igreja. Como ir a igreja, se eu não tenho roupa, nem sapato. Ela fez um silencio, e quando voltou, trouxe-me uma calça e uma camisa, tiradas da loja do seu tio, o pai dela me deu um sapato novo, que eu mesmo fiz. Chegou o momento de ser levado à igreja e perguntei antes se podia cantar aquele lindo hino “217 do CC” “Esculta a voz do bom Jesus, segue-me vem segue-me”. Sim! cantaremos. Janeiro de 1.952 Igreja Batista de Acaraci, estado da Bahia, entrei na casa de Deus pela primeira vez e sai convertido, crendo que os meus pecados foram perdoados. Em pouco dias todas as feridas se secaram, a minha pele ficou toda pintada de manchas pretas como surubim, daí porque fui apelidado por ferrugem, mas a minha alma estava limpa pelo sangue de Cristo. Fevereiro de 1.952 fui trabalhar na cidade de Japumerim e quando lá cheguei, procurei a igreja batista, porém não me lembro qual foi a data exata, mas procurei o pastor Silone Amorim; como tinha várias pessoas para serem batizadas, fiz também a minha profissão de fé e assim no mês de março de 1952 desci as águas batismal no rio das Contas. Meses depois, fui trabalhar em Banco Central. Lá não havia nenhuma congregação evangélica, para mim era um deserto. Só participava de alguma reunião de crentes quando vinham de Uruçuca a cultuar ao ar livre.

Nessa ocasião eu cuidava de um studio de alto-falantes onde eu ajudava a levar a aparelhagem para eles pregarem o evangelho. 1.954 fui para Ilhéus, chegando lá, fui congregar na Igreja Batista do Malhado, igreja essa apascentada pelo pastor Brígido Borges Portela. Mais tarde a igreja pediu minha carta de transferência da Igreja Batista de Jitaúna e assim me tornei membro. Trabalhava em Ilhéus como propagandista de rua em carro de som, lojas: Casas Pernambucanas, Dragão dos Tecidos, Café Polar sabor e Triunfo, Creme de Arroz Colombo; e atuava na Voz Comercial de Ilhéus, uma rede de alto-falantes no bairro do malhado; montei a Voz da Ponta da Pedra, neste período fui a Ipiaú a pedido do proprietário do Café Polar fazer uma cobrança. Chegando lá, como Japumerim está ao lado de Ipiaú procurei me informar se alguém conhecia a família da dona Carmelita (minha mãe biológica) e logo fiquei informado de que eu tinha familiares em Jequié e lá morava a minha irmã, fui a sua procura mas não a encontrei porque ela estava com trinta dias de falecida, mas mesmo assim abriu-se um novo horizonte, conheci vários parentes como: tios e em Itabuna com endereço que me deram

conheci uma tia, irmã de minha mãe que por intermédio dela conheci muitos outros parentes até chegar aos meus dois últimos irmãos, que ainda vivem e que os conheci depois de anos, quando pastor da Igreja em Vicente de Carvalho. Voltando a 1.957 fui levado pela diretoria da Rádio Cultura de Ilhéus à fazer um teste de locutor comercial, declarei a eles que não sabia ler e, como seria locutor de uma emissora de radio sem saber ler direito? Disseram-me! Você tem tudo para desenvolver, sabe improvisar. Fiz o teste, fui aprovado e no dia seguinte estava eu fazendo o programa “As Suas Ordens” programa esse que ia

ao ar das 13hs às 15hs30. Ainda tenho o jornal que publicou o meu contrato na rádio Cultura de Ilhéus de 1.958. 1.959 me transferi para Itabuna e lá fui atuar na Rádio Clube, tornei-me membro da 1ª Igreja Batista, pastor Deraldo Nunes. Ainda em Itabuna conheci um primo que residia no Rio de Janeiro, e no mês de setembro de 1.960 fui morar no Rio de Janeiro. Lá, tornei-me membro da Igreja Batista Monte Carmelo, recém organizada. Solteiro, conheci aquela que veio ser a minha amada. Eu da Bahia e ela de Recife – PE. Contrário a vontade de seu pai nos casamos assim mesmo. O descontentamento dele era por sermos crentes. Para ele isso era humilhante. Graças a Deus ele e minha sogra morreram convertidos,

e outros da família também se converteram a Cristo Jesus. O meu casamento foi exatamente no de julho de 1.963. Da nossa união nasceram seis filhos e todos estão vivos. Sou grato a Deus porque ele durante tantos anos ele tem nos sustentado nos seus

santos caminhos.
Tenho um filho que é pastor da PIB de Cachoeirinha em Porto Alegre RS, outro seminarista e os demais empenham-se na obra de Deus com prazer. Todos membros da igreja. Vieram depois os netos. Já tenho um neto membro da igreja, outro se preparando para batismo, os genros e noras são membros da igreja e só tenho a agradecer a Deus e apesar da vida tão sofrida ele me deu essa riqueza nas mãos. Obrigado Oh Pai!


Pastor SISTEVAL GOMES DE ARAúJO, COM A IDADE DE 76 ANOS, CASADA COM A IR. RITA. CHEGOU AO GUARUJÁ EM 1971 PARA ESTA GLORIOSA MISSÃO; PASTOREAR A IGREJA BATISTA GETSÊMANI. ATÉ HOJE CONVIVE COM ESSA MARAVILHOSA FAMÍLIA, DEDICADO, ASSÍDUO E INCANSÁVEL NA OBRA DE DEUS. ORFÃO DE PAI E MÃE ONDE VIVEU AS MISÉRIAS DESTE MUNDO, DEUS O RESGATOU E NESTE ANO FEZ 52 ANOS DE EVANGELHO ONDE DEUS TEM SEMPRE DERRAMADO DAS SUAS BENÇÃOS SOBRE ELE.

por Crisóstenes G Araújo
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SECRETÁRIO DA IGREJA BATISTA GETSÊMANI 2015/2016




CRISÓSTENES GOMES DE ARAÚJO

2º PRESIDENTE DA IBG




ir. ALICE SABINO DA SILVA

PRESIDENTE DA M.C.A (MULHERES CRISTÃ EM AÇÃO)



ALICE SABINO DA SILVA
(PRESIDENTE DA MCA)

POSSE DO PASTOR ALÍRIO FERREIRA BARBOSA JUNIOR

Pelo motivo do falecimento do saudoso Pr Sisteval Gomes de Araújo que apascentou por 46 anos desde quando fazíamos parte do Ministério Re...