sexta-feira, 16 de julho de 2010

ESCATOLOGIA - DOUTRINAS DAS ULTIMAS COISAS

ESCATOLOGIA – DOUTRINA DAS ULTIMAS COISAS

Não sei definir muita coisa sobre o assunto. Entendendo que toda literatura apocalíptica é escatológica, que aborda os tempos do fim, o término do mundo, o começo de um novo ciclo, ou em alguns casos estado eterno.

Entendendo que não devo fazer conjecturas como alguns tem feito. Vemos os incrédulos, a imprensa, baseados em ocorrências fazerem isso. Porém fica claro que os seres humanos por si mesmos não conseguem conhecer o futuro. Pela graça do nosso bom Deus, como filhos do reino do seu amor, cremos na sua Palavra ainda que não tenhamos a capacidade de conhecermos tudo acerca do futuro. Mas sabemos que Deus conhece todas as coisas. Sei que o Apocalipse, trata dos fatos futuros na história do universo, e tenho certeza absoluta que Deus nunca erra e jamais mente, Ele cumpre a sua Palavra. Ap. 22:18,20.


Pr. Sisteval Gomes de Araújo

16 de Julho de 2.010

DOUTRINA DE DEUS

DOUTRINA DE DEUS

A Existência:

Para eu crer na Bíblia preciso também crer que Deus existe: Quem é Deus? Deus é espírito infinito, eterno, imutável, poderoso em quem tudo fora criado, por quem todas as coisas tem começo e fim.
Todas as pessoas de qualquer lugar tem uma profunda intuição de que Deus existe, de que são criaturas de Deus. E de Ele é seu criador. A Bíblia não questiona sua existência e ela afirma ser tolice dizer, não há Deus. Esta é a causa de toda corrupção e maldade do gênero humano – Sl 14 e Sl 53.
Na vida do cristão essa intima consciência de Deus se torna mais forte – Rm 8:15, passamos a conhecer Deus como nosso Pai celeste.

Creio em Deus pelos seus atributos:
Deus se manifesta de várias maneiras as suas criaturas e são inseparáveis da idéia de Deus e que constituem a base e fundamento para suas várias manifestações, as suas criaturas. São chamados de atributos porque somos obrigados a atribuí-los a Deus como qualidades fundamentais ou poderes de seu ser.
Deus se comunica. Tem atributos comunicáveis. Ele é justo dizer que Deus, é justo é afirmar que ele faz sempre o que é direito e conforme seu caráter. A santidade de Deus torna-se uma justiça punitiva para os que resistem, para os que se identificam com o pecado. Logo Deus é justiça, verdade e fidelidade. Sl 1:1,6 – I Sm 15:29 – Tt 1:2 – I Co 1:9 – II Co 1:18,22 – I Pedro 23:24.

Atributos Incomunicáveis – São aqueles atribuídos a Deus que ele não compartilha conosco ou não nos comunica.
Deus é infinito – Atos 17:24
Deus é onipresente - Não pode haver limites à sua presença.
Deus é Onisciente.
Deus é imutável. Tg 1:17.
Deus é Onipotente. Creio que Deus é Espírito, não é composto de matéria e não possui uma natureza física. João 4:24 – 1:18 – I Tm 1:17

Creio na imanência e a transcendência de Deus.
Ele está presente e ativo dentro de sua criação e dentro da raça humana. Jeremias 23:24.
Deus não é limitado e essa é a razão de não termos capacidade de
compreende-lo, pois sua santidade e bondade vão muito além das nossas ou incomparável. Isaías 1:5.
Sua vontade é livre e independente e pela sua soberania entendemos o seu direito e autoridade suprema para fazer o que quer com tudo o que foi criado.

Creio que Deus tem seus planos desde a eternidade. Sl 139:16.
Creio que Deus manifesta seu propósito dentro da história. II Tm 1:10.
Creio que o propósito no plano de Deus é a sua glória. Ef 1:5,6.

Pr. Sisteval Gomes de Araújo
16 de Julho de 2.010

DOUTRINA DA BÍBLIA

DOUTRINA DA BÍBLIA

Agradeço a Deus por nunca brotar dúvidas das Escrituras Sagradas

Creio que a Bíblia é a revelação escrita de Deus, e por ela Deus revela sua vontade para os homens. Seu tema central é a salvação mediante Jesus Cristo. É composta de 66 livros (Velho Testamento com 39 e o Novo Testamento com 27), escritos por cerca de 40 autores, abrangendo um período de 1.600 anos. Alguns autores foram reis, príncipes, poetas e filósofos, profetas e estadistas. Alguns eram instruídos em todo o conhecimento da sua época e outros eram pescadores sem cultura, vivendo culturas diferentes a escreveram pelo menos três línguas, como: Hebraico – Aramaico e o Grego.

Por ser a Palavra de Deus é formada por um conjunto de livros sagrados. A Palavra Bíblia vem do grego, que quer dizer Biblion, que significa rolos – Lc 4:17 – I Tm 4:13 – II Tm 3:16 – Salmos 12:6 – Pv 30:5.

A Bíblia é a revelação, é a obra exclusiva de Deus. É a comunicação do conhecimento de sua pessoa, de seus propósitos e da sua vontade ao homem incapaz de descobrir, pelos seus poderes do seu próprio intelecto, as verdades divina, porque quem se revela é o próprio Deus, e não alguma coisa a respeito Dele.

Na revelação Deus faz-se conhecido dos homens na sua personalidade e nas suas relações. Revelar e informar é justamente o que Ele nos tem feito. A Moisés Deus fez conhecido os seus caminhos, mas aos filhos de Israel os seus feitos – Sl 103:7.

Inspiração – Creio que a Bíblia é inspirada, porque a inspiração é uma operação de Deus – II Tm 3:16.

É pela obra do Espírito Santo que nos capacita a entender as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente – I Co 2:12, como cristãos reconhecemos e agradecemos a Deus por nos ter dado este conhecimento. Os não crentes não sabem discernir estas coisas.


Agradeço a Deus por nunca brotar dúvidas das Escrituras Sagradas

Pr. Sisteval Gomes de Araújo
16 de Julho de 2.010

CÉU & INFERNO

CÉU

Estou certo que o estado final dos crentes será precedido pelo passamento do presente mundo e pelo surgimento de uma nova criação. Mt 19:28 – At 3:21. A restauração de todas as coisas. Lemos em Hebreus 12:27 “Ora, esta palavra ainda um vez por todas, significa remoção destas coisas abaladas (céus e terra) como tinham sido feitas para que as coisas que não são abaladas o reino de Deus permaneça”. Di, Pedro, Nós, porém esperamos segundo a sua promessa novos céus e nova terra nos quais habita justiça. II Pedro 3:13.

João também teve uma visão. Apoc 21, ele viu um novo céu e uma nova terra, porque já o primeiro céu e a primeira terra já se passaram e o mar já não existe.

Logo creio que o céu será o lugar da habitação eterna dos justos. A Escritura apresenta o céu como um lugar. Cristo ascendeu ao céu o que só pode significar que Ele foi de um lugar para outro. O céu é descrito como uma casa de nosso Pai onde há muitas mansões. João 14:1.

Posso crer que os salvos estarão dentro e fora ficarão os perdidos. Então podemos crer que os justos herdarão não somente o céu mais a criação inteira. O céu portanto é o lugar da morada dos justos, morada dos salvos por Cristo, um lugar de beleza inexplicável. Apoc. 9 ao 21.

INFERNO

Como entendo que o céu é um lugar de beleza inexplicável, posso crer que o inferno é um lugar de castigo para os ímpios e para os anjos rebelados. I Pedro 2:1 ao 19. Paulo diz que estar ausente do corpo está presente com Cristo. II Co 5:8. Os que morrem no Senhor nesta era vão para presença do Senhor e os que morrem sem Cristo vão para o adis, onde há tormento. Lc 16:19,31. De lá serão trazidos do adis para aparecerem diante do grande trono branco do julgamento, e depois todos serão lançados no lago de fogo que o Apocalipse chama de segunda morte. Apoc 20:11 ao 15. De acordo com a Bíblia especialmente dos Evangelhos, o inferno é visto como fogo inextinguível. Mt 3:12 – 5:22 – 18:9. Condenação. Mt 23:33 – Fornalha acesa. Mt 13:42 ao 50 - Negridão Trevas. Judas 13 – Um lago que arde com fogo e enxofre. Apoc. 21:8 – É também um lugar preparado para o Diabo e seus anjos.

Pr. Sisteval Gomes de Araújo
16 de Julho de 2.010

HERMENÊUTICA

A IMPORTÂNCIA DE SEU ESTUDO

1. Uma das primeiras ciências que o pregador deve conhecer é certamente a hermenêutica. Porém, quantos pregadores há que nem de nome a conhecem! Que é, pois, a hermenêutica? “A arte de interpretar textos”, responde o dicionário. Porém a hermenêutica? (do grego hermenevein, interpretar), da qual nós ocuparemos, forma parte da Teologia exegética, ou seja, a que trata da reta inteligência e interpretação das Escrituras bíblicas.

2. O apóstolo Pedro admite, falando das Escrituras, que entre as do Novo Testamento “há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras [as do Antigo], para a própria destruição deles”. E para maior desgraça e calamidade, quando estes ignorantes nos conhecimentos hermenêuticos se apresentam como doutos, torcendo as Escrituras para provar seus erros, arrastam consigo multidões à perdição.

3. Tais ignorantes, pretensos doutos, sempre se têm constituídos em heresiarcas ou falsos, desde os falsos profetas da antiguidade até os papistas da era cristã, e os eddiístas e russelitas de hoje. E qualquer pregador de ignora esta importante ciência se encontrará muitas vezes perplexos, e cairá facilmente no erro de Balaão e na contradição de Coré. A arma principal do soldado de Cristo é a Escritura, e se desconhece seu valor e ignora seu uso legítimo, que soldado será?

4. Não há livro mais perseguido pelos inimigos, nem livro mais torturado pelos amigos, que a Bíblia, devido à ignorância da sadia regra de interpretação. Isto, irmãos não deve ser assim, Esta dádiva do céu não nos veio para cada qual a use a seu próprio gosto, mutilando-a, tergiversando ou torcendo-a para nossa perdição.

5. Lembremo-nos de que as variadíssimas circunstâncias que concorreram para a produção do maravilhoso livro requerem do expositor que seu estudo seja demorado e sempre “conforme a ciência”, conforme os princípios hermenêuticos.

a) Entre seus escritores, “os santos homens de Deus, por exemplo, que falaram sempre inspirados pelo Espírito Santo”, achamos pessoas de tão variada categoria de educação, como sejam, sacerdotes, como Esdras; poetas, como Salomão; profetas, qual Isaías; guerreiros, como Davi, pastores, qual Amós; estadistas, como Daniel; sábios, como Moisés e Paulo, e “pescadores, homens sem letras”, como Pedro e João. Destes, uns formulam leis, como Moisés; outros escrevem história, como Josué; este escreve salmos, como Davi; aquele provérbio como Salomão; uns: profecias; como Jeremias; outros: biografias, como os evangelistas; outros: cartas; como os apóstolos.

b) Quanto ao tempo, viveu Moisés 400 anos antes do cerco de Tróia e 300 anos antes de aparecerem os antigos sábios da Grécia e Ásia, como Tales, Pitágoras e Confúcio, vivendo João, o ultimo escritor bíblico, uns 1500 anos depois de Moisés.

c) Com respeito ao lugar, foram escritos em pontos tão diferentes como o são o centro da Ásia, as areias da Arábia, os desertos da Judéia, os pórticos do Templo; as escolas dos profetas em Betel e Jericó, nos palácios da Babilônia, nas margens do Quebar e em meio à civilização ocidental, tomando-se as figuras, símbolos e expressões, dos usos, costumes e cenas que ofereciam tão variados tempos e lugares. Os escritores bíblicos foram plenamente inspirados, porém não de tal modo que resultasse supérfluo o mandamento de esquadrinhar as Escrituras e que se deixasse sem consideração tanta variedade de pessoas, assuntos, épocas e lugares. Estas circunstâncias, como são naturais, influíram ainda que não, certamente, na verdade divina expressa na linguagem bíblica, porém na própria linguagem, de que se ocupa a hermenêutica e que tão necessário é que a compreenda o pregador, intérprete e expositor bíblico.

6. Uma breve observação geral a respeito de dita linguagem nos fará mais patente ainda a grande necessidade do conhecimento de sadia interpretação para o estudo proveitoso das Escrituras. Certos doutos, por exemplo, que tem vivido sempre “incomunicados” com respeito à linguagem bíblica, acham tal linguagem chocante ou incompatível com seu ideal imaginário de revelação divina, tudo isso pela superabundância de todo gênero de palavras e expressões figuradas e simbólicas que ocorrem nas Escrituras. Algum conhecimento de hermenêutica não só os livraria de tal dificuldade como os persuadiria de que tal linguagem é a divina por excelência, como é a mais cientifica e literária.

7. Um cientista de fama costumava insistir em que seus colaboradores, na cátedra, encarnassem o invisível, porque dizia, “tão somente deste modo podemos conceber a existência do invisível operando sobre o visível”. Porém esta idéia da ciência moderna é mais antiga que a própria Bíblia, posto que, em verdade, foi Deus o primeiro que encarnou seus pensamentos invisíveis nos objetos visíveis do Universo, revelando-se a si mesmo. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer...Deus lhes manifestou; porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidas por meio das coisas que foram criadas” (Rom. 1:20). Eis aqui, pois o Universo visível, tomado como gigantesco dicionário divino, repleto de inumeráveis palavras que são os objetos visíveis, vivos e mortos, ativos e passivos, expressões simbólicas de suas idéias invisíveis. Nada mais natural, pois, que ao inspirar as Escrituras, se valha de seu próprio dicionário, levando-nos por meio do visível ao invisível, pela encarnação do pensamento, ao próprio pensamento; pelo objetivo ao subjetivo, pelo conhecido e familiar ao desconhecido e espiritual.

8. Porém isto não só foi natural, mas absolutamente necessário em vista de nossa condição atual, porquanto as palavras exclusivamente espirituais ou abstratas, pouco ou quase nada dizem ao homem natural. Apenas há um fato relacionado com a mente e a verdade espiritual que se possa comunicar com proveito sem lançar mão da linguagem nascida de objetos visíveis. Deus tem levado em conta esta nossa condição. Não estranhemos, pois, que para elevar-nos à concepção possível do céu se valha de figuras ou semelhanças tomadas das cenas gloriosas da terra; nem de que para elevar-nos à concepção possível de sua própria pessoa, se sirva do que foi a “coroa” da criação, apresentando-se a nós como ser corporal, semelhante a nós. Folga dizer que para a correta compreensão da verdade, tanto em símbolo e figura pela necessidade humana, se requer meditação e estudo profundo.

9. Porém é preciso observar a esta altura que ditas expressões figurativas ou simbólicas não se devem meramente à natureza da verdade espiritual, à maravilhosa relação entre o invisível e o visível, mas também ao fato de que tal linguagem vem mais a propósito, por ser mais formosa e expressiva. Conduz idéias à mente com muito mais vivacidade que a descrição prosaica. Encanta e recria a imaginação, ao mesmo tempo que instrui a alma e fixa a verdade na memória, deleitando o coração. Que conceito errôneo do que é próprio abrigam os que imaginam que a Bíblia, para ser revelação divina, deveria estar escrita no estilo da aritmética ou geometria! Não tem Deus, por sabedoria, enlouquecido a sabedoria do mundo? Lembremo-nos, pois, em resumo, que as Escrituras, tratando de temas que abrangem o céu e a terra, o tempo e a eternidade, o visível e o invisível, o material e o espiritual, foram escritas por pessoas de tão variada natureza, e em épocas tão remotas, em países tão distantes entre si, e em meio a pessoas e costumes tão diferentes e em linguagem tão simbólica, que facilmente se compreenderá que para a reta inteligência e compreensão de tudo, nos é de suma necessidade todo o conselho e auxílio que nos possa oferecer a hermenêutica.

DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO PROVEITOSO DAS ESCRITURAS

Assim como para apreciar devidamente a poesia; se necessita possuir um sentido especial para o belo e poético, e para o estudo da filosofia é necessário um espírito filosófico, assim é da maior importância uma disposição especial para o estudo proveitoso da Sagrada Escritura. Como poderá uma pessoa irreverente, inconstante, impaciente e imprudente, estudar e interpretar devidamente um livro tão profundo e altamente espiritual como a Bíblia? Necessariamente, tal pessoa julgará o seu conteúdo como o cego as cores. Para o estudo e boa compreensão da Bíblia necessita-se, pois, pelo menos, de um espírito respeitoso e dócil, amante da verdade, paciente no estudo e dotado de prudência.

1. Necessita-se de um espírito respeitoso porque, por exemplo, um filho desrespeitoso, instável e frívolo, que caso fará dos conselhos, avisos e palavras de seu pai? A Bíblia é: a revelação do Onipotente, é o milagre permanente da soberana graça de Deus, é o código divino pelo qual seremos julgados no dia supremo, é o Testamento selado com o sangue de Cristo. Porém, com tudo isso e ante tal maravilha, o homem irreverente se encontrará como o cego ante os sublimes Alpes da Suíça, ou pior ainda; talvez seja como o insensato que joga lama sobre um monumento artístico que é admirado por todo o mundo. Eis com que espírito, ao mesmo tempo reverente e humilde, contempla a Palavra de Deus os primitivos cristãos. “Outra razão ainda temos nós —diz Paulo— para incessantemente dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, aconselhastes não como palavras de homens, e, sim, como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes.” Receba-se assim a Escritura, com todo o respeito. É como diz o Senhor: “O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito, e que treme da minha palavra”. Estude-se em tal sentimento de humildade e reverencia, e se descobrirão, como disse o Salmista, “as maravilhas da tua lei”. (1 Tes. 2:13; Isa. 66:2; Salmo 119:18.)

2. Necessita-se um espírito dócil para um estudo proveitoso e uma compreensão reta da Escritura, pois, que se aprenderá em qualquer estudo se falta a docilidade? A pessoa obstinada e teimosa que intenta estudar a Bíblia, lhe acontecerá o que disse Paulo do “homem natural”. “Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (1 Cor. 2:14). Sacrifiquem-se, pois, as preocupações, as opiniões preconcebidas e idéias favoritas e emprenda-se o estudo no espírito de dócil discípulo e tome-se por Mestre a Cristo. Sempre deve ter-se presente que a obscuridade e aparente contradição que se possam encontrar não residem no Mestre, nem em seu infalível livro de texto, mas no pouco alcance do discípulo. “Mas, se o nosso evangelho —diz o apóstolo— ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Cor. 4:3-4). Porém o discípulo humilde e dócil que abandona a este Mestre que cega os entendimentos, adota a Cristo por Mestre, verá e entenderá a verdade, porque Deus promete “guiar os humildes na justiça, e ensinar aos mansos o seu caminho” (Salmo 25:9).

3. É preciso ser amante da verdade, porque, quem cuidará de buscar com afã e recolher o que não se aprecia e estima? De imperiosa necessidade, para o estudo da Escritura Sagrada, é um coração desejoso de conhecer a verdade. E tenha-se presente que o homem por natureza não possui tal coração, antes, pelo contrário, um coração que foge da verdade, espiritual e abraça com freqüência o erro. “A luz veio ao mundo, —disse Jesus de si mesmo— e os homens amaram mais as trevas do que a luz.” Ainda mais, disse ele mesmo que a “aborrecem” (João 3:19,20), e eis aqui por que em sua crescente cegueira passam do aborrecimento à perseguição e da perseguição à crucificação do Mestre. “Despojando-vos, portanto, de toda maldade... —disse Pedro— desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pedro 2:1,2). O que com este desejo o busca, esquadrinhando as Escrituras, também o achará. Porque ao tal “o Pai da glória, vos concede espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Ef. 1:17). Sim: a intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sal. 25:14).

4. Também se deve ser paciente no estudo, pois, que vantagem leva qualquer pessoa impaciente, inconstante e mutável em qualquer trabalho que emprenda? Para tudo é necessário esta virtude. Ao dizer Jesus: “Examinai as Escrituras”, se serve duma palavra que mostra o mineiro que cava e revolve a terra, buscando com diligência o metal precioso, ocupado numa obra que requer paciência. As Escrituras, necessariamente, devem ser ricas em conteúdo e inesgotáveis, como as entranhas da terra. Da mesma maneira, sem dúvida, Deus propôs que em algumas partes fossem profundas e de difícil penetração. Por outro lado, o fruto da paciência é deleitoso e quanto mais paciência se tiver empregado para encontrar um tesouro, tanto mais se aprecia e tanto mais delícia produz. Leve-se, pois, ao estudo das Escrituras tanta paciência como às coisas comuns da vida. Manifeste-se, além disso, essa “nobreza” que caracterizava aos Beréia, dos quais diz a Escritura que “eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias” (Atos 17:11), e se verá como este trabalho leva o premio em si mesmo. “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca... admiráveis são os teus testemunhos... Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos... Amo os teus mandamentos mais que o ouro, mais do que o ouro refinado” (Sal. 119:103, 129,162,127).

5. Para o estudo proveitoso das Escrituras necessita-se, ao menos, da prudência de saber iniciar a leitura pelo mais simples e prosseguir para o mais difícil. É fácil descobrir que o Novo Testamento é mais simples que o Antigo; e que os evangelhos são mais simples que as cartas apostólicas. Ainda entre os evangelhos, os três primeiros são mais simples que o quarto. Principie-se, pois, o estudo pelos três primeiros. Em continuação ao terceiro pode-se ler, por exemplo, o livro de Atos, que é de mais fácil compreensão que o evangelho segundo São João, cujo conteúdo é mais profundo. Numa palavra, tenha-se a prudência de saber passar do simples para o difícil a fim de tirar proveito e não deixar o livro a um lado por incompreensível, como tem feito alguns imprudentes. Podem-se resumir todas estas disposições naquele traço característico manifestado pelos discípulos de Jesus nos momentos em que não compreenderam suas palavras: Perguntaram-lhe pelo significado, pediram explicação. E lemos: “tudo, porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos” (Marcos 4:34). “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc. 24:45). Seu exemplo, neste caso, além de indicar as condições necessárias para o estudo proveitoso das Escrituras, oferece-nos a regra fundamental que se deve observar neste trabalho: a oração, a súplica. Nunca se deve empreender o estudo sem haver pedido ao Mestre que abra o entendimento e aclare sua Palavra. A fonte de toda luz e sabedoria é Deus, e diz a promessa: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus... e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1:5). Assim fazia Davi: “Desvenda os meus olhos, ensina-me os teus decretos, dá-me entendimento, porque medito nos teus testemunhos” (Sal. 119:18,26,34,37,99). E pôde cantar o resultado de seu proceder, dizendo:

“Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar!. . . Compreendo mais que todos os meus mestres.” (v 103 e 99).

Siga-se seu exemplo e será idêntico o resultado.

CADEIRA DE HOMILÉTICA E HERMENÊUTICA.

É claro que tanto para o estudante do curso teológico como para o pastor em atividade em seu ministério, toda a atenção dada a este assunto lhes será de grande valor e importância. Dentro deste curso apresentamos aqui algumas sugestões relativas a um proveitoso estudo desta matéria.

A literatura referente à Homilética é vasta e mui valiosa. Existem inúmeras obras, boas e úteis em diversos idiomas e de diferentes datas, volumes que mais ou menos diretamente tratam desta disciplina. Tratados gerais sobre retórica, elocução e tópicos afins, abundam por aí, e muitos deles merecem ser cuidadosamente estudados pelo pregador.

Temos, portanto, da própria Homilética, uma literatura mui completa e em grande parte muito valiosa. Mais no momento aconselho adquirir o livro importante “O SERMÃO E SEU PREPARO” de John A. Broadus.

Ao iniciar este assunto queremos apresentar os requisitos da prédica eficiente. Filipe Brooks disse que a prédica é a Comunicação da Verdade de um homem para outro. Contém ela dois elementos essenciais “Verdade e Pessoa”. Deve conter os dois elementos. Nas diferentes proporções em que os dois se misturam é que está a diferença entre as duas grandes espécies de sermões, ou que coloca casa sermão ou pregador a quem do modelo perfeito. Estando ausente um desses dois elementos o discurso deixa de ser sermão e o homem deixa de ser um pregador.

Pregar não é apenas a comunicação de conhecimentos. Já que isso move toda a personalidade do pregador, o sermão é dirigido a toda a personalidade do ouvinte, como um todo moral e religioso. Como a verdade de que se trata, refere-se a Deus, a liberdade, e a imortalidade, naturalmente visa produzir a fé, estimular ao dever e sustentar a esperança.

O assunto da prédica é a verdade divina, centralizada no Evangelho revelado e oferecido em Jesus Cristo. O objetivo é a Vida Eterna — como nas palavras de Jesus, “para que tenham vida e a tenham em abundância”.É certo que o pregador, o agente dessa elevada função, não deve consentir na omissão de nenhuma disciplina de coração, de pensamento e de conduta requerida para que sua prédica seja eficiente. Dentre os requisitos, deve ser colocada em primeiro lugar a piedade; seguindo-se os dotes naturais, o conhecimento e a perícia:

1 – A Piedade – Esta é uma qualidade da alma. É sinceridade, ou honestidade, enraizada numa contínua experiência da companhia de Deus. É reverente dedicação à vontade divina. Não é exagero afirmar que esta qualidade de espírito é o primeiro requisito para a eficácia na prédica. Ela incute no próprio pregador o zelo ardente, e conserva viva essa chama no meio de toda a gélida indiferença que constantemente o cerca. Deus promete suas melhores bênçãos para tais pregadores, e para os seus esforços. Muita teoria falsa, e, muita prática errada, no que respeita a pregação se deve a uma estreita compreensão da importância fundamental da piedade num pregador. É certo que os princípios de retórica, bem como as outras elevadas considerações, exigem imperativamente que o pregador do evangelho cultive a piedade pessoal. É má retórica negligenciar isso.

2 – Os Dotes Naturais – O pregador precisa ter capacidade de pensar de maneira clara, de sentir profundamente e ter imaginação vigorosa. Deve igualmente possuir facilidade de expressão, e dicção clara. Outros muitos dotes ajudarão a sua prédica. Estes são quase indispensáveis para qualquer grau de eficiência. Cada um deles pode ser melhorado quase ao infinito, e outros podem ser desenvolvidos em pessoas que não julgavam possuí-los. Devem todos, porém, existir como dotes naturais, não estudados ou afetados.

3 – Conhecimento – O pregador deve conhecer a verdade religiosa e aquelas mais que lançam luz sobre ela; deve conhecer a natureza humana em suas relações com a verdade religiosa e com as atuais condições da vida humana a seu redor. O pensamento favorito de Cícero era de que o orador deve conhecer tudo. Na verdade, não há conhecimento de que o pregador não se possa utilizar. Gratamente devemos reconhecer que certos homens de poucos conhecimentos conseguiram muitas coisas extraordinárias; mas devemos insistir em que o mais baixo ideal do pregador deve ser o de estar acima, no que respeita a conhecimentos da grande maioria daqueles que o ouvem; e que deve ele ambicionar conhecer tudo quanto possa aprender mediante esforço continuo e pleno de oração. A piedade fornece força motriz; os dotes naturais cultivados quando possível suprem os meios; o conhecimento fornece material, e ainda resta.

4 – A Perícia – Esta não se refere apenas ao estilo e a enunciação (apresentação do sermão), mas também a colheita, escolha e disposição do material.

O QUE É PREGAÇÃO

Pregação é a comunicação ou transmissão oral da divina verdade com o fim de persuadir.

Nesta definição estão implícitos os seguintes elementos. A matéria, o método e o propósito da pregação.

1 – A Matéria – A matéria da pregação é a “Verdade Divina”. Aqui está o limite, a extensão e também a autoridade da pregação. Pregar, no seu sentido restrito, não é argüir ou especular a respeito da Verdade. É, antes de tudo, entregar a mensagem vinda de Deus.

Robert Hall e Thomas Chalmer, dois notáveis oradores de um século atrás, depois de haverem ferido as mais variadas notas do instrumento da pregação, mas inutilmente, chegaram a esta conclusão.

Robert Hall, nos primeiros anos do seu ministério, imitou Robert Robinson, orador fascinante e seu predecessor em Cambridge, e Chalmer preocupou-se em apresentar esplêndidos sermões apologéticos, para defesa de um sistema cristão em que ele cria apenas pela mente. Um dia, porém, descobriram pela graça de Deus, que estavam desperdiçando seu tempo, seus talentos e sua cultura. E foi quando mudaram seus métodos especulativos pela simples proclamação da verdade de Deus, que encontraram sua verdadeira vocação, enfileirando-se entre os maiores pregadores do século. A respeito de Spurgeon, com justiça considerado o maior pregador do seu tempo, alguém disse: “Para ele, o cristianismo não era um argumento, mas uma mensagem; não alguma idéia a ser discutida, mas uma mensagem a ser proclamada pelo pregador e aceita pelo ouvinte”.

A autoridade do sermão baseia-se no fato de que o pregador é um mensageiro que transmite a sua congregação uma mensagem de Deus ou a própria Palavra de Deus.

2 – O Método de Pregar – O método é a “comunicação oral”. Este método distingue-se absolutamente de todos os outros, tais como: a música, a escultura, a pintura, a palavra impressa, as ordenanças ou o ritual da religião e a influencia do bom testemunho dos crentes.

2.1 – O Método Oral da pregação exige duas coisas indispensáveis:

a) – O pregador – A escritura declara que o homem é o instrumento da pregação (Rom. 10:14-17). A história da pregação também o confirma, não obstante os romanistas e ritualistas dizerem o contrário. Com muita propriedade, disse o Bispo Fraser, da Igreja Episcopal: “Esta época deseja e está preparada para receber não o sacerdote, mas o profeta”. De fato, o testemunho dos primeiros dias do cristianismo fala bem alto a este respeito. Naqueles dias, o apelo não era feito às cerimônias ou ordenanças para convencer; mas à palavra falada. Foi o discurso de Pedro no dia de Pentecoste que deu à Igreja a maneira pela qual a mensagem celeste pode alcançar os corações humanos. E para alcançar ou atingir os corações, os pregadores devem, como disse Roser Ascham: “Pensar como grandes homens e falar como o povo comum”.

Longfellow disse: “Para mim o sermão no qual eu não ouço o coração do pregador bater, não é sermão”.

b) – O auditório é outra coisa a considerar – Na preparação do sermão, o pregador deve ter seu auditório mentalmente em vista. “Não livros”, disse Patrick Henry – “e sim homens e que devemos estudar”.

Henry Beecher, ao reconhecer que os pregadores são tentados a ignorar os seus auditórios e as necessidades destes quando isolam-se nos seus gabinetes de estudo para preparar o sermão, resolveu mudar de orientação e disse: “Eu me dediquei não a ser pescador de idéias, nem de livros, mas de homens”.

QUALIDADES DE DISCURSO

As qualidades de discurso são as seguintes:

1 – O Propósito da Pregação – O sermão tem por fim “persuadir”. O alvo do pregador, portanto, é salvar e edificar os seus ouvintes. Mas a ênfase da pregação, para atingir este alvo, deve estar mais no interesse do que no dever. A mensagem do pregador precisa ter a ressonância tocante e comovedora das palavras de amor, e não apenas as severas depreciações da Lei. Para persuadir os ouvintes a levá-los à salvação ou edificá-los na fé, todas as formas de sermões podem ser usadas. Há discurso familiar ou a homília, donde vem o vocábulo homilética. Esta forma de pregar é pouco apreciada pelos pregadores e oradores, seja porque não tenha o dom de fazê-la e usá-la. Em geral, a razão é esta ultima. A homília era o dom especial de Francisco de Assis. Dele disse Tomás de Spaleto: “Ele não tinha a maneira de um pregador, seus métodos eram os de conversação”. A respeito do discurso ou da homília há em o Novo Testamento duas palavras que lhe servem de base; uma é traduzida “falou” (Atos 20:11), e outra “pregou” (Mar. 2:2).

2 – Reteórico – É a segunda qualidade do discurso. Este exige uma preparação mais demorada, uma linguagem mais formal, uma profunda e impressionante declaração da vontade de Deus.

3 – O Argumentativo - É a terceira qualidade do discurso. Esta forma de sermão exige boa lógica e profundos conhecimentos gerais, bíblicos, teológicos e acurado estudo.

Por todas estas maneiras, aliadas aos dons naturais do pregador, este pode alcançar o seu objetivo: persuadir os homens à salvação.

O TEXTO E A SUA SIGNIFICAÇÃO

Texto, originada do latim “textus”, tecido. A palavra sugere a tecedura ou o fundamento das idéias e pensamentos sobre os quais o discurso baseia-se. Significa ainda todo o passo ou trecho bíblico lido pelo pregador, seja um capítulo, um trecho histórico ou uma parábola sobre a qual o pregador faz sua exposição.

VANTAGENS DO USO DO TEXTO

Ter-se um texto é costume antigo e bem arraigado, e parece não haver boa razão para nos afastarmos dessa prática. Ainda mais que tal hábito está fundamentado em motivo excelente e apresenta vantagens mui notáveis:

1 – O texto adverte ao pregador que ele está interpretando a Palavra de Deus e não dos homens.

2 – O texto da autoridade à pregação – É engano supor que a autoridade da pregação está na sublimidade de palavras humanas, nos títulos do pregador ou em sua indumentária. Está, sim, na Palavra de Deus, que ele interpreta e no profundo conhecimento que tem na Escritura; tudo isto, aliado a uma vida recomendável.

3 – O texto, se bem escolhido, desperta interesse nos ouvintes – O pregador não se deve esquecer de que esse interesse depende da interpretação. Os ouvintes têm curiosidade em saber qual a interpretação e as lições ou implicações que o pregador extrairá do texto lido. Daí o interesse.

4 – O texto ajuda o auditório a compreender o sermão, e cada qual a aplicar a si mesmo a mensagem que ele contém.

5 – O texto desperta nos crentes o desejo de conhecer mais e profundamente a Palavra de Deus. Isto acontece quando ele é pouco comum e atraente.

6 – O texto proporciona ao pregador oportunidade de ensinar as Escrituras. A função principal do púlpito é instruir o povo na sabedoria da Palavra de Deus.

7 – O texto tem ainda a vantagem de imprimir na mente dos ouvintes o sermão sobre ele baseado e as aplicações práticas nele contidas.

8 – O texto, finalmente, dá mais variedade ao sermão, visto que, há muitos textos, o pregador não corre o perigo de repetir os mesmos pontos, as mesmas idéias e doutrinas.

REGRAS PARA A ESCOLHA DO TEXTO

São as seguintes regras:

1 – Deve-se evitar a escolha de passagem não inspiradas, isto é, palavras de homens ímpios e de Satanás citadas nas Escrituras. Isto não quer dizer que não haja palavras humanas que não sirvam para textos. “Que farei de Jesus, chamado o Cristo”? Estas palavras, apesar de humanas, têm inspirado notáveis sermões. Além destas há muitas outras.

2 – Evite-se também a escolha de textos de linguagem pomposa – A razão é que tais textos exigem também uma linguagem pomposa a que talvez o pregador nem sempre esteja à altura de satisfazer ou atingir.

3 – Prefira textos claros – A vantagem é que o auditório pode facilmente compreender-lhe o sentido e atentamente acompanhar o desenvolvimento doutrinário que o pregador faz sobre ele.

4 – Evite textos extravagantes, isto é, passagens que despertem; repugnância física ou moral, ou que provoquem gracejos e hilaridade, e ainda as que descrevem cenas da vida sexual íntima.

5 – Não evite textos conhecidos por serem muito familiares - Todavia, o pregador que se lança a pregar sobre passagens demasiadamente batidas deve ter o propósito de não reprisar as velhas idéias já tantas vezes pregadas, mas extrair delas lições novas e inéditas.

6 – Escolha textos tanto do Velho Testamento como do Novo Testamento - Há no Velho Testamento, uma grande massa de textos esplêndidos, cheios de inspiração, de ensinos raros e de extraordinária beleza.

7 – Escolha textos que tenham objetividade para a congregação, isto é, passagens que tragam lição, estímulo, soluções aos problemas do povo, cujas necessidades o pregador observou durante suas visitas pastorais.

REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

É dever do pregador interpretar corretamente o texto sobre que prega, visto que o fim é persuadir os homens a salvação mediante a comunicação oral da Palavra de Deus ou da Divina verdade. O pregador é o, atalaia que tem a responsabilidade vital de dar ao povo o sinal exato dos oráculos de Deus. Se errar, se o som for contrário a verdade e aos fatos, o povo errará também, mas a responsabilidade principalmente será o pregador que interpretou mal ou indevidamente a voz ou a Palavra de Deus. Desse modo, vejamos algumas importantes regras que nos possam orientar na interpretação do texto sagrado.

1 – Interprete-se o texto de conformidade com o ensino geral e consagrado das Escrituras e não contrariamente a este. Se uma única passagem parece oferecer interpretação contrária a alguma doutrina ortodoxa claramente expressa na Bíblia e aceita pelo povo através dos tempos, deve ser abandonada. Tão pouco é honesta forçar uma passagem a dar um sentido ou favorecer uma interpretação que ela está longe de dar.

2 – Interprete-se o texto a luz do seu contexto - A Bíblia é facilmente explicada pela Bíblia. Um texto isolado do seu contexto pode oferecer interpretações contraditórias, absurdas e heréticas. Tais interpretações são muito comuns entre os padres, os espíritas, os chamados “Testemunhas de Jeová” e outras seitas e éticas, tanto dentro como fora do mundo evangélico.

3 – Interprete-se o texto gramaticamente - Depois de acurada leitura da passagem ou passagens procure o sentido exato das palavras ou frases principais ou “chaves” nelas contidas; verificando em seguida se tais palavras tem sentido comum ou especial, bíblico ou espiritual a fim de evitar interpretações impróprias. Noutras palavras, procure conhecer exatamente a categoria gramatical de cada palavra do texto, e bem, assim sua significação etimológica e léxica. O pregador deve conhecer bem a gramática e manusear freqüentemente um dicionário autorizado.

4 – O texto deve ser interpretado logicamente noutras palavras, procure conhecer exatamente a categoria gramatical de cada palavra do texto e bem assim sua significação etimológica ou léxica. É conveniente verificar qual a relação existente entre o texto escolhido e o trecho, as passagens conexas e o capítulo em que ele se acha contido. Pode, algumas vezes, o texto estar logicamente relacionado com um capítulo inteiro ou todo o livro. Neste caso, o assunto ou a doutrina central do livro projeta luz sobre o texto, facilitando-lhe a interpretação. Para isso é mister conhecer-se nitidamente a função lógica de cada vocábulo nas orações ou períodos que formam a estrutura de cada texto, isto é, se é sujeito, predicado ou complemento.

5 – Pode-se, também, interpretar o texto historicamente - É inconveniente e absurdo interpretarmos textos dos profetas, tais como Gên. 4:17; 16:1,6; 19:30-38; Rute 3 e 4:3 outros, a luz dos costumes e da moral dos nossos dias. Há até numerosas passagens no Novo Testamento que só podem ser interpretadas à luz dos fatos; costumes, ética e geografia dos dias de Jesus e dos Apóstolos. Há, também, passagem nos livros históricos dos Reis, das Crônicas e dos Profetas, cuja compreensão exata só pode ser obtida quando interpretadas a luz da história ou dos conhecimentos nacionais, políticos e internacionais daquele dias.

6 – Interprete-se o texto figuradamente quando necessário - O interprete deve preferir sempre o sentido literal do texto. Mas, às vezes, não obstante compararmos o texto com o seu contexto ou com outras passagens que lhe pareçam semelhantes no sentido, não descobrimos nenhum sentido literal. Então podemos dar-lhe o sentido figurado que com justeza adaptar-se-á ao caso. Exemplos: Mar. 9:44-45; Luc.12:49; 6:29. Convém entretanto, fugirmos das figuras impróprias e de tentarmos atribuir a todos os pormenores de uma parábola ou de um símile, uma significação espiritual. Também as palavras “mundo”, “carne”, “vida”, “trevas”, “coração”, “morto”, etc., possuem, em o Novo Testamento, como no Antigo, mais de uma significação. Tomemos, por exemplo, a palavra “mundo”. Em João 1:10 se diz: “...e o mundo foi feito por ele”. Em João 3:16 lemos: “Deus amou o mundo”... E em I João 2:15 lê-se: “Não ameis o mundo nem o que no mundo há”. Aparentemente, há aí uma flagrante contradição. Mas, na realidade, não há. É que “mundo”, na primeira citação, tem o sentido cósmico de universo, isto é, de tudo que existe; no segundo texto, o sentido é social, isto é, significa todos os homens ou a humanidade; e; no terceiro, é claro que o sentido é ético ou moral e significa pecado, concupiscência, soberba, etc.

7 – Também o texto pode ser interpretado alegoricamente, em casos especiais. Nem todas as passagens tem necessariamente, um sentido alegórico. Daí o cuidado alegorizado. Nem todos os personagens de destacada atuação na vida e na história do povo de Deus do Antigo Testamento, devem ser tomados como tipos de Jesus.

CLASSIFICAÇÃO DOS TEMAS DO SERMÃO

É a seguinte a classificação dos assuntos ou tópicos discutidos pelos pregadores:

1 Assuntos doutrinários – Estes são os temas que abordam doutrinas, tais como: dízimo, a justificação, o arrependimento, a fé, a regeneração, a providencia de Deus. A obra do Espírito Santo, a graça, a santificação, etc. os sermões desta qualidade são sempre didáticos, porque o objetivo principal do pregador é ensinar a doutrina. Além destes, há os temas polêmicos e apologéticos, que tem por fim a defesa das doutrinas e dos princípios evangélicos ou cristãos.

2 – Temas morais – Estes estão relacionados com a conduta, as virtudes e a vida cristã quanto à sua conformidade com os padrões éticos do evangelho e princípios de denominação e da igreja. O objetivo dos sermões morais, portanto, deve ser o de convencer o povo a praticar na vida doméstica, social, profissional e política, os ensinamentos e princípios do Novo Testamento. Convém, entretanto, evitar pormenores e ênfases demasiados, ao tratar de certos assuntos morais, evitando sempre os extremos, a fim de os efeitos não se tornarem contraproducentes, ao invés de frutíferos e producentes.

3 – Assuntos históricos – A Bíblia está cheia de fatos históricos relacionados com os ensinos doutrinários e morais. Além disso, há estreita relação entre a história Bíblica e a profana. Os sermões históricos, quando bem elaborados, tanto atraem o povo, como oferecem excelentes lições da vida humana nas suas relações com Deus e com a sociedade.

4 – Temas Biográficos – Esta é uma classificação nova que agora destacamos ou separamos dos sermões históricos onde Broodus os colocou. Os estudos biográficos modernos nos sugeriram esta classificação também para sermões. De fato, Abraão, Isac, Jacó, Josué, Moisés, Davi, Daniel, Paulo e tantos outros nos sugerem magníficos e edificantes sermões, sempre cheios de lições espirituais e morais emulativas.

5 – Tópicos oriundos da experiência – Estes encerram elementos morais, históricos e doutrinais, suas fontes são: as experiências dos antigos crentes que andaram com Deus tanto do Velho Testamento como do Novo Testamento; a vida dos servos de Deus pós-apostólicos e dos nossos dias, que viveram pela fé e morreram firmes no Senhor; a conversão e a experiência de crentes antigos que ainda vivem; as experiências próprias do pregador.

6 – Temas ocasionais – Compreende esta classe de sermões um grupo de discursos que pela sua multiformidade, variam com as circunstancias a que se adaptam. Assim, os sermões ocasionais são divididos em:

A – Sermões Fúnebres – Quando pregados em cerimônias de enterramento de crentes. Nessa ocasião o pregador tem um auditório heterogêneo, constituído tanto de crentes com de parentes e amigos do falecido ou da família deste, os quais não conhecem o evangelho. Deve, pois, o pregador compenetrar-se da importância da solenidade e da ocasião. Muitos se têm convertido ouvindo um sermão fúnebre em que o pregador sabe aproveitar o momento psicológico e mover os corações abatidos pelas emoções mais sérias e os sentimentos mais puros da vida. A vida piedosa do morto ou a sua fé ardente, sincera e firme no Senhor, ajudará grandemente o pregador a mover o coração dos ouvintes e levá-los a Cristo.

B – Sermões congregacionais – São os que se pregam por ocasião das convenções e dos congressos. Em geral, o pregador focaliza fatos ou doutrinas relacionados com a natureza e o propósito da reunião.

C – Sermões acadêmicos – São os que se pregam a estudantes de escolas secundárias e superiores. Devem ser curtos e bem ilustrados, abordando assuntos de interesse vital para a mocidade, tanto do ponto de vista religioso como moral; a experiência dos oradores que falam freqüentemente a auditórios estudantis afirma que a mocidade universitária detesta as especulações gerais metafísicas, teológicas, e aprecia mais os fatos e as provas concretas do poder do evangelho na vida humana. Daí a necessidade de o pregador ilustrar sempre seus sermões quando se dirigir aos moços. Deve também ter o cuidado de ser breve.

D – Sermões para crianças – Estes devem ser proferidos em vocabulários e estilo que não estejam acima da compreensão da mente infantil. Além disso, o pregador que se atirar a uma dissertação doutrinária ou moral em linguagem técnica ou formal, não alcançará seu objetivo. As crianças não lhe darão quase atenção. Não se deve jamais esquecer de que a atenção da criança é espontânea e não voluntária. Isto quer dizer que sua atenção ao discurso está na razão direta do interesse que ele desperta. E os elementos fundamentais que despertam interesses, são as: histórias, fábulas e ilustrações. O sermão, para crianças que alcança êxito, deve ter três elementos indispensáveis:

a) Vocabulário simples à altura da mente infantil.

b) Muita ilustração para manter cativa a atenção do auditório.

c) Brevidade. As crianças não suportam sermões longos, em virtude de sua natureza física e psíquica.

E – Sermões nupciais – Também devem ser curtos, visto que os noivos e muitas outras pessoas os ouvem de pé. Adicione-se a isto a natural ansiedade de que se acham possuídos os nubentes de se verem livres, o mais rapidamente possível, das obrigações cerimoniais do casamento. O sermão nupcial oferece ao pregador excelente oportunidade para expor os elevados princípios evangélicos a respeito da vida matrimonial a um auditório que, de outro modo, jamais teria oportunidade de ouvir o evangelho. E a experiência mostra que tais ensinos surpreendem e empolgam os ouvintes não crentes pela diferença diametral da qualidade de discursos pobres que eles ouvem dos lábios dos padres.

Além dos acima mencionados, há, ainda vários assuntos ocasionais: Sermões gratulatórios ou de Ação de Graças; Natalícios; Consagratórios ou de Consagração de Pastores e Diáconos; Dedicatórios ou de Dedicação de Templos, Colégios, Seminários, etc., e Pastorais, quando dirigidos especialmente a pastores.

EXEGESE

Todo pregador antes de chegar no púlpito deve fazer a análise teológico do texto. Ele deve preparar o seu sermão:

a) A narração de cenas e fatos bíblicos. A narração tem por motivo convencer os ouvintes.

b) A narração, via de regra, deve vir no intróito do sermão, principalmente quando este se baseia em textos históricos, sobre parábolas ou focaliza personagens bíblicos. Ela também ocorre nas ilustrações.

c) A narração não deve ser feita em estilo veemente nem declamatório, para não prejudicar os seus efeitos. A menos que seja um trecho poético.

d) A narração diz respeito a pessoas, fatos e cenas da vida humana. Não se narra a vida dos animais, mas descreve-se. Narra-se somente a vida ou os fatos da existência humana.

DESCRIÇÃO

Descrever é pintar com o colorido da palavra. A diferença entre a descrição e a narração é que aquela é uma parte desta.

a) Descreve-se um cenário ou um panorama físico, e não fatos.

b) A descrição e a narração sempre se alternam porque narração sem descrição não tem beleza nem colorido. Descrever é pintar.

c) A descrição bem feita depende de acurada observação das coisas ou das cenas que se quer descrever. É necessário que o pregador tenha informações seguras da geografia dos lugares e dos costumes do povo que deseja descrever.

EXPLICAÇÃO DO TEMA

Explica-se o tema, segundo Broadus:

a) Pela definição

b) Pela divisão

c) Pela exemplificação

d) Pela comparação

ILUSTRAÇÃO

1 – Que é ilustração? Ilustrar vem do latim “ilustrare”, significa iluminar, esclarecer, tornar evidente, claro. A ilustração, portanto, é um elemento retórico, mediante o qual a verdade destaca-se e torna-se mais evidente, mais clara e inconfundível através do enredo do discurso.

2 – O valor da ilustração. É indiscutível a importância ou o valor da ilustração na oratória sacra. Um sermão ilustrado com histórias ou fatos, selecionados é sempre bem ouvido e apreciado. Assim, vejamos em que consiste a importância ou o valor da ilustração.

2.1 – A ilustração tem importância porque atrai a atenção. Quebrando a monotonia do sermão, geralmente repleto de sentenças declarativas e categóricas, a ilustração aparece como uma novidade que acena à atenção e a empolga com o colorido da descrição e os lances emotivos da narração. Desse modo, a atenção cansada se refaz e alcança mais facilmente o objetivo da prédica.

2.2 – Grava mais rapidamente no coração e da mente dos ouvintes a divina verdade. Nem sempre a exposição do pregador é suficientemente penetrante para levar a verdade ou a convicção ao âmago dos corações que dela necessita. A ilustração adequada tem muitas vezes, esse poder e essa facilidade.

2.3 – Infunde convicção. Chamando a atenção para as semelhanças e harmonias existentes entre as coisas naturais e as espirituais, a ilustração termina inspirando e incutindo convicção ao ouvinte duvidoso ou indiferente a respeito da verdade divina que o sermão tenta esclarecer. Quem lê reverentemente a parábola do “Filho Pródigo”, “A ovelha Perdida” e “A Dracma Perdida”, chamando a atenção para essa verdade: Há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

2.4 – Tem valor como prova. Provar é demonstrar se um fato é verdadeiro ou não; ou se uma doutrina é certa ou errada. Depois de argumentar logicamente no terreno dialético ou do raciocínio o pregador pode então, utilizar-se vantajosamente de uma ilustração para tornar sua prova mais evidente e mais objetiva.

2.5 – Orna ou embeleza o sermão. A ilustração é um elemento retórico de maior importância para o sermão. A prédica bem ilustrada com histórias, fatos, comparações e analogias, que expressem bom gosto, arte e beleza, é realmente atraente, e impressiona bem os ouvintes. Convém, entretanto, dizer que nem toda ilustração serve de elemento retórico ao sermão. A maioria delas não passa de histórias narradas sem arte e beleza, faltando-lhes o elemento retórico, ainda que possa atinge outros fins.

FONTES DE ILUSTRAÇÃO

As Escrituras, a principal fonte de ilustração para a prédica, visto que está difere dos demais discursos quanto à natureza e ao fim, é a Bíblia.

Repositório inesgotável de histórias, fatos, parábolas, imagens, símiles e metáforas, as Escrituras superam, pela sua exuberância a todas as outras fontes. De fato, a Bíblia, além do seu conteúdo específico, encerra histórias, poemas, diálogos, romances, dramas, discursos, parábolas, cartas, etc. Toda esta variada e multiforme literatura é deslumbrante e rica em ilustração.

APLICAÇÃO DO SERMÃO

1 – Que é aplicação? Aplicação em Homilética é a arte de persuadir e induzir o ouvinte a não só entender a verdade, mas, sobretudo, a pô-la em sua própria vida. O elemento fundamental é, pois, a persuasão. Outro elemento subsidiário é a exortação, visto que, não é possível aplicar sem exortar.

2 – O valor da aplicação. Tão importante é a aplicação, que Spurgeon declarou que “onde ela começa, aí começa o sermão”. Broadus diz também, com muita propriedade, que “nosso dever não é pregar perante o povo, mas para o povo, esforçando-nos para que os ouvintes apliquem a si mesmos a nossa própria pregação”.

3 – Como se deve fazer a aplicação:

a) Pode-se fazê-la no fim de cada ponto do sermão, por meio de uma ilustração.

b) Pode ser feita à medida que vão surgindo às observações, inferências e pensamentos práticos sobre os deveres da vida cristã.

c) Pode ser feita também no fim do sermão, de uma só vez ou dividida em pensamentos distintos e claros, mediante uma recapitulação dos pontos principais do sermão.

4 – Tática da aplicação:

a) Ainda que, às vezes, a aplicação de certos sermões vise especialmente a uma determinada classe de pessoas na Igreja, contudo, ela deve ser dirigida a todos, sem distinção, a fim de evitar constrangimento e não a tornar sem efeito.

b) Entretanto, não é condenável, senão de grande efeito, às vezes, aplicar a mensagens ha certo grupo de pessoas, quando especialmente feita para elas. Tais sermões ocasionais para jovens, para senhoras, para obreiros, etc...,

O CULTO E SUA DIREÇÃO

O fim ou objetivo do culto é adorar a Deus e testemunhar do seu poder em nossa vida. Nada, pois, deve intervir no culto, que iniba ou prejudique o crente deste santo propósito. Por isso, o formalismo exagerado, como a irreverência devem ser evitados. O crente deve saber e sentir que o culto, que é constituído de todos os exercícios religiosos, é um meio pelo qual ele pode aproximar-se de Deus e Deus, dele.

Por essa razão, as partes constitutivas do culto devem merecer todos exercícios religiosos, é um meio pelo qual ele pode aproximar-se de Deus e Deus, dele.

As partes constitutivas do culto devem merecer todo cuidado e atenção por parte do pregador ou do pastor da igreja a fim de que o supremo objetivo da reunião seja plena e satisfatoriamente atingido. Assim sendo, vejamos como devemos tratar os elementos constitutivos do culto:

1 – Leitura Bíblica

a) Quando, trata-se da leitura devocional, e não do trecho ou texto sobre o qual o pregador baseará seu sermão, as passagens devem ser constituídas de trechos que inspirem devoção, piedade e santificação. Para esse fim, são recomendáveis os Salmos, os Provérbios, trechos dos profetas, dos Evangelhos, das Epístolas e do Apocalipse. Essa leitura deve ser feita com clareza, voz bem audível e expressiva.

b) Se, porém, trata-se do trecho ou versículo que vai servir de fundamento ao sermão, deve ser primeiramente estudado pelo pregador e depois lido no púlpito de maneira a atender ao estilo, à natureza e ao sentimento expresso no trecho.

c) Quer num, quer noutro caso, a leitura deve ser feita com expressão, isto é, o leitor deve exprimir os sentimentos do autor e atender à natureza do estilo da mesma. Para ler bem em público é necessário ler com antecipação, particularmente.

d) O leitor não deve esquecer que cada estilo requer uma tonalidade de voz e uma dicção especial. Desse modo, não se deve ler um trecho poético como quem lê um histórico; ou um diálogo, como quem lê um capítulo de Gênesis.

e) Deve-se ler em voz suficientemente alta para todos ouvirem, evitando ficar muito tempo sem olhar o auditório ou sem lhe prestar atenção.

2 – Os Hinos

a) Devem ser escolhidos com antecipação. Na hora do culto tudo deve estar em ordem. Um culto improvisado é inexpressivo.

b) Devem estar de acordo com a natureza ou teor do sermão. Caso se trate de pregador de fora, é conveniente tomar conhecimento antecipado do tema, para a escolha de hinos apropriados ao sermão.

c) Nunca se deve pedir à congregação que escolha os hinos, porque quase sempre o povo escolhe hinos que lhe pareçam agradáveis e não de acordo com o sermão.

d) Causa sempre profunda impressão no espírito dos ouvintes, um culto em que os hinos corroboram e enfatizam as verdades do sermão.

e) Muitos sermões são estragados por hinos de natureza diferente do teor da pregação ou do teor do sermão.

3 – A Oração Pública

a) Sendo parte importantíssima do culto, a oração deve merecer cuidado e atenção do pregador que a faz perante a igreja.

b) A matéria da oração pública deve ser definida ou especifica. O pregador só deve mencionar o que for necessário de acordo com o fim da reunião ou as circunstancias da mesma.

c) Deste modo, domingo pela manhã ele sempre deve orar pela Igreja:

I. Apresentando-a perante o Senhor;

II Agradecendo as bênçãos recebidas

III Confessando os pecados do povo e pedindo perdão para eles.

d) Solicitando a continuação da Graça de Deus, etc.. A noite, deve orar em favor dos visitantes:

I. Pedindo iluminação do Espírito Santo para as consciências dos ouvintes, a fim de que conheçam a verdade que vai ser ou já foi anunciada;

II. Pedindo também a conversão dos mesmos;

III. Rogando pela perseverança dos salvos nos caminhos do Evangelho.

e) A oração pública não deve ser formal, para não parecer farisaica; entretanto, é conveniente que tenha ordem.

4 – Duração do Culto

a) O pastor ou pregador não deve, é verdade, fazer um culto excessivamente curto, para não dar a impressão de que quer estar livre o mais cedo possível. Entretanto deve ter um limite ou um horário certo e razoável, e fazer o possível para não exceder o tempo fixado.

b) Nas grandes cidades, o tempo de culto deve ser menor, por causa da intensidade da vida urbana, da dificuldade de transporte e das obrigações que os crentes têm no dia seguinte.

c) No interior, os cultos podem ser demorados, pelos seguintes motivos: o povo dispõe de mais tempo; muitos; vem de longe para assistir ao culto e ficam mal satisfeitos se este é breve; nem sempre o pregador está presente todos os domingos e quando há culto o povo quer aproveitar o tempo perdido.

5 – Decôro no Púlpito

a) O pregador deve apresentar-se sempre vestido, mas sem se preocupar demasiadamente com sua indumentária.

b) Ao sentar-se atrás do púlpito, deve assumir maneiras discretas para dar exemplo de reverencia na casa de Deus, a fim de que seja “o exemplo dos fiéis”.

c) Se houver pregador de fora, isto é, visitante, evite distraí-lo, conversando. Se o pastor exige a atenção do povo durante o culto, deve ser o primeiro a dar o exemplo. Deve abster-se também de afetar solenidade de maneiras, sem cair, contudo, na frivolidade. Deve ser circunspecto, sem ser retraído demais.


Pr. Sisteval Gomes de Araújo
16 de Julho de 2.010

POSSE DO PASTOR ALÍRIO FERREIRA BARBOSA JUNIOR

Pelo motivo do falecimento do saudoso Pr Sisteval Gomes de Araújo que apascentou por 46 anos desde quando fazíamos parte do Ministério Re...